Rogério Correia, o candidato petista à prefeitura de BHRogério Correia, o candidato petista à prefeitura de BH: não decolou - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Belo Horizonte, a capital onde o PT não tem vez

Já se tornou um hábito: eleição na capital mineira deve ter segundo turno sem representante do Partido dos Trabalhadores, ou mesmo da esquerda
23.08.24

Belo Horizonte pode assistir – outra vez – a um segundo turno municipal sem a presença do Partido dos Trabalhadores. Aliás, pelo andar da carruagem, a capital mineira poderá ter uma eleição disputada praticamente por postulantes de direita, já que os dois candidatos à esquerda com mais chances, segundo as pesquisas de opinião, os deputados federais Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), não decolaram nos levantamentos.

Se as eleições fossem hoje, de acordo com a média das últimas pesquisas eleitorais, a disputa se daria entre os favoritos Mauro Tramonte (Republicanos), Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD). Desses, apenas Noman, o atual prefeito, pode ser considerado um político ao menos de centro, já que Tramonte possui como base eleitoral os conservadores evangélicos e Engler, o mais arraigado bolsonarismo.

O Fator, site mineiro de política e parceiro de O Antagonista, lembra que o candidato do PT à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Rogério Correia, tenta romper uma escrita que já dura 20 anos: “Desde 2004, quando Fernando Pimentel foi reeleito, um petista não consegue chegar ao segundo turno na disputa da capital do estado, que é o segundo maior colégio eleitoral do País”.

Após Pimentel, o PT apostou em diferentes nomes na corrida pela Prefeitura de BH. Exceção feita a 2008, quando apoiou Marcio Lacerda (PSB), o partido lançou candidaturas próprias em todas as eleições desde 2004. Em 2012, o escolhido foi o deputado federal Patrus Ananias, que já havia sido prefeito e não conseguiu impedir a reeleição de Lacerda. Em 2016, o também deputado Reginaldo Lopes, hoje relator de parte da Reforma Tributária em curso no Congresso, ficou na quarta posição, com pouco mais de 7% dos votos. Quatro anos depois, Nilmário Miranda amargou a sexta colocação, com menos de 2% da preferência popular.

Um levantamento feito por O Fator mostra que a desidratação do PT em BH pode ser vista no número de alianças desde a última vitória. Quando reeleito, Pimentel teve o apoio de PCdoB, PTB, PSL, PTN, PCB, PPS, PMN, PL e PRP. Oito anos depois, já com Patrus, o PT contou somente com PCdoB, MDB e PRTB. E se o PCdoB permaneceu junto aos petistas em 2016, em 2020 o PT teve de encarar a disputa com uma chapa puro-sangue.

Já este ano, em meio a esforços de lideranças de outras legendas pela construção de uma frente ampla à esquerda, Correia conseguiu reunir cinco partidos: PCdoB, PV, Rede, Psol e PCB, que há duas décadas não caminhava ao lado da legenda de Lula. Mas antes de ser oficializado candidato, precisou lidar com fraturas internas no PT, uma vez que setores do partido defendiam o apoio à reeleição do prefeito Fuad Noman. Houve, inclusive, pressão de pessedistas sobre Lula, mas a vontade do deputado federal prevaleceu. O presidente da República, contudo, mantém-se distante das eleições de Belo Horizonte, e seu tímido apoio a Correia é apontado como sinal de sua insatisfação.

Em 2020, Alexandre Kalil, à época no PSD, foi reeleito no primeiro turno, em meio à pandemia de coronavírus, e Bruno Engler ficou em segundo lugar. Em 2016, Kalil venceu João Leite (PSDB) no segundo turno. Em 2012, no primeiro turno, e 2008, no segundo turno contra Leonardo Quintão (PMDB), deu Márcio Lacerda. Se agora, em 2024, o PT de fato permanecer fora da chefia do executivo municipal, a legenda amargará ao menos 24 anos longe da Avenida Afonso Pena 1212, defronte ao Parque Municipal.

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  1. Ótimo. Prefeituras influenciam muito eleições legislativas federais e para governo do estado. Quanto menos PT,melhor

  2. Não é mero acaso a ignorância "nordestina" mantida sob infames bolsas que permitem uma sobrevivência tosca e medíocre mas que permite cagar todo dia ... só que junto dos dejetos vai também parte do cérebro dos desesperados rendidos a ditadores e com maioria desgovernada por facções que os poderes poderes fingem não ver .. assim já sob velada ditadura o Brasil ruma célere ao lixo e à vergonha do mundo mas cagando é claro.

  3. Mineiro não mais compra trem nem bilhete premiado… que político petista ou apoiador de petista tire o cavalo da chuva, tanto pra prefeito em BH quanto pra governar MG…

  4. Ainda bem que esse Duda Salabert, que ainda não decidiu se é homem, mulher ou outro não tem a menor chance. Cara de homem, jeito de homem, voz de homem, parece mais que está fantasiado pro carnaval, o cara é casado com uma mulher, tem filho biológico com ela e quer ser chamado de senhora? Se ganhasse seria o quê, Senhora Prefeita, Senhor Prefeito ou S. Prefeite? Ah, cara, vai procurar a sua turma! Ele perdendo diminui os problemas de oratória dos mineiros.

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