Por do sol no rio Yasuní, que dá nome à floresta no Equador.Foto: Lauren Whitehurst via Wikimedia CommonsPor do sol no rio Yasuní, que dá nome à floresta no Equador

Yasuní, a floresta que o Equador votou para manter intocada

21.08.23 12:34

Junto com os votos para as turbulentas eleições presidenciais e parlamentares, os equatorianos votaram neste domingo (20) para impedir a exploração de petróleo em Yasuní, pedaço de floresta amazônica localizada no leste do país, na fronteira com o Peru.

O pedido de consulta, apresentado ainda em 2013 pelo coletivo Yasunidos, tinha a seguinte questão: “Você está de acordo que o governo equatoriano mantenha o petróleo cru do ITT, conhecido como Bloco 43, indefinidamente no subsolo?”. Com 93% das urnas apuradas, o CNE, órgão eleitoral do Equador, aponta que 58,99% dos eleitores responderam “sim” à pergunta e 41,01% disseram “não”. A diferença é de 1,6 milhão de votos.

O bloco 43, de Ishpingo, Tambococha e Tiputini (daí seu nome) concentrariam, nos cálculos do governo, 850 milhões de barris, logo abaixo de uma das maiores reservas de biosfera em todo o planeta. Em 2008, o então presidente do país, Rafael Correa, disse na Assembleia-Geral da ONU que o país manteria o petróleo nos poços, contanto que as nações desenvolvidas compensassem as perdas econômicas. Apesar disso, o próprio Correa permitiu a exploração dos campos, anos depois.

A votação é um revés ao governo de Guillermo Lasso, que apoiava a exploração no local. Além disso, quando permitiu que a consulta fosse feita, a Suprema Corte equatoriana proibiu o governo de exercer ações para “iniciar novas relações contratuais para continuar com a exploração do Bloco 43.”

Em um comunicado em suas redes sociais, o coletivo Yasunidos se gabou de ter conduzido uma consulta onde, pela primeira vez, um país impediu a exploração de petróleo. “É uma vitória para o Equador e para o planeta”, escreveu o grupo.

O grupo deve se manifestar às 12h (14h em Brasília) sobre os próximos passos a respeito da consulta. Nenhuma das organizações que apoiavam a exploração de petróleo na floresta de Yasuní se manifestaram sobre o resultado, nem se pleitearão novos recursos à decisão popular.

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