Foto: Ricardo Stuckert/PR via Flickr

Xi manda, o Brasil obedece — e o bolo dos Brics cresce

24.08.23 11:04

A declaração final da cúpula dos BRICS, publicada em Johanesburgo nesta quinta-feira (24), indica que o grupo, atualmente constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul vai crescer — e mais que dobrar de tamanho.

Pelo texto final, o quinteto receberá, a partir do primeiro dia de 2024, um sexteto de novos membros: a Argentina representa a América Latina; o Egito, o Irã, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita representam o Oriente Médio; enquanto a Etiópia entra mais ligada ao continente africano.

O aumento do grupo atende a um pedido do presidente chinês XI Jinping, que tratou do tema durante seu  discurso na cúpula. “Devemos deixar mais países se juntar à família do BRICS para semear a justiça e tornar a governança global mais justa e igualitária”, disse, durante sua fala. A pressão foi atendida na declaração de Johanesburgo.

Para ver seu poder de influência crescer, Xi aceitou a entrada de nações altamente instáveis economicamente (Argentina e Irã), além dos principais atores do mundo árabe. Completa o grupo a Etiópia, que emergiu há menos de um ano de um conflito interno na região do Tigray.

Durante a preparação para a cúpula desse ano, a África do Sul indicou que mais de 40 países indicaram interesse em participar do bloco. Destes, 22 oficializaram a candidatura, com os seis primeiros ingressando nos debates já a partir do ano que vem.

Lula e o Brasil acabaram, por fim, por capitular ao desejo de Pequim, que é o maior parceiro comercial de Brasília. De janeiro a julho, o Brasil exportou quase 59 bilhões de dólares para lá, enquanto recebeu 29,7 bilhões em bens e serviços.

Com isso, aos poucos, o grupo político das nações, criado em 2009 ainda sem a África do Sul, aos poucos perde sua principal utilidade — a de justamente integrar um grupo seleto, que fica cada vez mais diluído.

“Nós apreciamos o considerável interesse mostrado por países do Sul global em participar do BRICS”, anota a declaração conjunta, que indica que novos nomes devem ser analisados pelos membros fundadores na próxima reunião de cúpula, marcada para o ano que vem na cidade de Kazan, na Rússia de Vladimir Putin.

Leia na CRUSOÉ: A cúpula do Brics e o projeto mirabolante de uma moeda comum

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  1. Diga-me com quem andas e te direi quem és. Mais uma vez o país elege um motor de geração de asneiras. Rumo ao futuro, do pretérito. Uma geração de perdedores. Aos que não se conformam só resta o Aeroporto e a saudade do país que poderíamos ter sido.

  2. Essa turma dos BRICS está cada vez mais parecendo a Família Addams! Aos atuais autocracias e ditaduras como da China, da Rússia e da nova ditadura do Brasil estão se juntando os esquartejadores de mulheres do Irã e da Arábia Saudita e os caloteiros da terra do Messi! BRICS: o Darknet da comunidade internacional dos povos deste planeta!

    1. pois é JUERG ... estado deDocrático de direito no nosso rabo no dos chineses é refresco de pitomba ou saquê de arroz.

  3. Colaboração para o progresso de toda a humanidade e do planeta é bem vinda, desde que não privilegie outras em detrimento das demais. Então Lula, devagar, vc não está autorizado a assumir compromissos seus em nome do Brasil. Temos Constituição, leis e direitos. Todos sabemos que por dinheiro Lula/PT, venderiam a própria alma e o Brasil inteiro p/ China. Prefiro tratar com gente Democrática mais confiável, sem ideologia Comunista. Fora Lula, Viva a Lava Jato!

  4. E note-se que somente estão entrando no grupo países com ditaduras ou com "democracias relativas". Isso fala muito da visão "democrática" dos componentes dos BRICs. É uma aliança de totalitarismos. Um deleite para o "democrata" Lula e seus cachorrinhos amestrados.

  5. A principal bandeira da esquerda brasileira sempre foi combater o "imperialismo americano". Mas agora, docilmente e até com muita alegria, se submete ao imperialismo chinês. Lindo isso, não?

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