Chuck Kennedy/ Departamento de Estado via Wikimedia CommonsBenny Gantz (esq.), ao lado do secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken

O rival de Netanyahu dá seus pulos na Casa Branca

05.03.24 14:07

Benny Gantz (foto), o principal líder da oposição a Benjamin Netanyahu em Israel, apareceu na Casa Branca, para uma agenda nesta segunda-feira, 4. A visita do parlamentar a Casa Branca mostrou não apenas que ele de fato tenta se cacifar como o sucessor de Netanyahu no poder, como também torna claro os estremecimentos da Casa Branca com o governo de Tel-Aviv.

Gantz, um crítico da conduta do atual primeiro-ministro na guerra, teve um encontro com a vice-presidente americana, Kamala Harris, e com o secretário de Estado do país, Antony Blinken. Após o encontro, veio de Kamala a fala mais forte: ela disse que o governo de Netanyahu não estaria se esforçando para evitar o que chamou de “catástrofe humanitária” em Gaza, e voltou a pedir um cessar-fogo temporário.

O governo de Joe Biden tem suas razões políticas internas para receber Gantz, a começar pela pressão que os democratas têm sofrido de sua própria base para tomar uma ação mais concreta em defesa de um cessar-fogo, contrariando a estratégia de Benjamin Netanyahu. Em ano eleitoral, Biden tem visto que ele pode de fato perder votos valiosos de eleitores de descendência árabe.

Mas a mensagem foi recebida como um sinal de alerta também para o Knesset: apesar de Gantz fazer parte do governo de guerra de Netanyahu, este ordenou que a embaixada do país não o ajudasse durante a viagem, informou o Financial Times. A agenda na Casa Branca foi vista como uma tentativa do político de minar o atual governo.

Desde antes do início da guerra com o Hamas, em outubro, Gantz aparecia como o favorito para comandar o governo após futuras eleições.  Com o início dos combates, essa preferência pelo candidato de centro-direita tem se mantido, à medida que a coalizão comandada pelo Likud de Netanyahu, junto a outros partidos de direita, perde popularidade.

Antes da guerra contra o Hamas em outubro, o Likud aparecia com 26 cadeiras do Knesset, o parlamento local, durante uma futura eleição — em janeiro, já teria 18. Já o “Campo Republicano”, como é chamada a aliança costurada por Gantz, teria 35 cadeiras (antes da guerra, seriam 19 cadeiras).

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