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Novo governo de direita em Portugal pode ter vida breve

12.03.24 15:26

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, começou nesta terça, 12, a conversar com os líderes dos partidos após a eleição realizada no domingo. Sousa precisa passar para um deles a reponsabilidade de formar um novo governo. O mais provável é que essa missão seja confiada a Luís Montenegro (foto), que comanda o Partido Social Democrata, PSD, de direita, que foi o mais votado. Como parte da coalizão Aliança Democrática, o grupo conseguiu 79 das 230 cadeiras.

Mas as 79 cadeiras da AD ainda não formam a maioria do Parlamento. Para tanto, seria preciso se unir com o Chega!, de André Ventura, da direita populista. Apesar de Ventura deixar claro que gostaria de integrar o governo, Montenegro afirmou antes e depois da campanha que não fará uma parceria com o Chega!.

Uma coalizão entre o PSD e o Chega! é algo impossível, dadas as declarações de Montenegro antes e depois das eleições“, diz o cientista político português José Adelino Maltez. “Essa posição de Montenegro não é apenas portuguesa, mas dos partidos que integram o grupo PPE no Parlamento Europeu.”

Este ano, haverá eleições no Parlamento Europeu e o grupo do PPE (que tem entre seus membros Ursula von der Leyen, presidente do Conselho Europeu) terá como um dos principais adversários a direita radical.

A possibilidade de que o Partido Socialista, PS, mesmo derrotado, ganhe a chance de governar é pequena, uma vez que o líder da sigla já aceitou o resultado das urnas. “O PS já disse que vai para a oposição. Então, vamos ter um governo minoritário do PSD. Mas isso não vai durar muito“, diz o professor de direito Francisco Pereira Coutinho, analista político de Portugal.

Nos primeiros meses do governo de direita, é provável que haja um armistício, em que os socialistas evitarão enfrentar o governo de Montenegro abertamente.

Mais adiante, disputas no Parlamento podem surgir, e algum partido pedir um voto de confiança no primeiro-ministro.

Além disso, caso os partidos não entrem em um acordo para aprovar o Orçamento no final do ano, o presidente Marcelo Rebelo Sousa poderia convocar novas eleições.

A vitória da direita foi uma grande reviravolta em um pais que tem sofrido com escândalos de corrupção. A última eleição só foi antecipada porque o primeiro-ministro socialista António Costa renunciou após ser citado em uma investigação sobre desvios no setor energético.

Mas o cenário político mostra que este será um governo instável, que pode durar pouco.

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  1. Os portugueses são menos idiotas que os brasiguaios e o PS que mandava no país desde a Revolução dos cravos esgotou em incompetência e assim o centro vencedor que manteve sua bancada terá de compor com a direita que hoje com 48 cadeiras ou 4x o que tinha se torna claramente a terceira via e os portugueses não são idiotas como nós de entregar seu destino a insanos que perderam 35% de sua bancada ... a ditadura é aqui e marcha a largos passos sem incômodo contra a manezada tola.

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