Mortes de yanomamis continuam, mas agora problema é de Lula

Uma mulher foi encontrada sem vida no último sábado (6), em uma área de garimpo na terra indígena yanomami, no estado de Roraima. A vítima, uma venezuelana, estava com sinais de enforcamento e violência sexual e foi a terceira vítima da mesma família em uma semana — e a 14ª em sete dias.

A escalada da violência na região não arrefeceu após a visita de Lula à região, em janeiro (foto), assim como após às operações do governo federal na área, buscando conter a crise de mortes dos yanomami na região. Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, Força Nacional de Segurança, Ibama…a lista de atores no local é longa, assim como os casos de mortes.

Nas últimas semanas, a violência tem atingido principalmente garimpeiros que, quase quatro meses após a visita presidencial ao local, continuam atuando ilegalmente na área. No início de maio, os corpos de oito garimpeiros foram encontrados numa área de extração de minério. Quatro já haviam sido mortos no final de semana anterior, assim como um indígena.

Políticos locais criticaram a postura do governo perante ao novo aumento de mortes. “Todos acompanhamos sua visita aos yanomamis, naquele clima de ‘agora vai’! Pois não foi!”, escreveu Arthur Virgílio Neto, referindo-se à visita de Lula.

A Crusoé, Arthur acusou o governo de ser inoperante contra o PCC e disse ver com estranheza os atos do governo em relação ao crime organizado na região. “Lula precisa afirmar com atos o que ele prometeu fazer contra o tráfico”, disse. “Se sim, era hora de pegar o Exército Brasileiro e pegar pesado.”