Reprodução

Guerra em Israel: não se negocia com terroristas

08.10.23 11:19

Ao comentar o maior ataque terrorista da história de Israel, brasileiros incautos apontaram a suposta falha dos israelenses em negociar um acordo de paz com os palestinos. Na visão deles, caso esse impasse fosse resolvido, seria possível a criação de um Estado árabe na região da Palestina. Em um único tuíte sobre o que ocorreu, Lula aventou explicações econômicas. “Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável“, escreveu o presidente. Mas todas essas declarações são tentativas de desviar a atenção de um fato concreto: o ataque contra inocentes por parte de um grupo terrorista em busca de um objetivo político. Se, mesmo diante do maior ataque terrorista nos mais de 75 anos de história de Israel, essas pessoas não conseguem enxergar isso, então nunca entenderão o que ocorre.

Não se negocia com o Hamas. Não se negocia com terroristas.

Os israelenses aprenderam isso com a primeira e a segunda Intifadas (1987-1993 e 200-2005). Dentro do país, não se questiona a necessidade do horroroso e monumental muro de concreto que separa diversas regiões e territórios da Cisjordânia. Todos sabem que, se essa barreira física não existisse, famílias de israelenses estariam sendo novamente alvos de ataques terroristas.

O Hamas foi erguido em 1987 sobre as estruturas deixadas pela Irmandade Muçulmana na Palestina. Nasceu com o objetivo declarado de destruir Israel. Nunca aceitou a existência do país. Para os integrantes do grupo, a morte de israelenses — qualquer um deles, seja crianças, idosos, mulheres — vale como um objetivo militar. O grupo nunca hesitou em lançar foguetes contra o território israelense. Toda morte do “inimigo sionista” é bem-vinda. O massacre de civis em praças, nas ruas e em um festival de música em Israel por centenas de invasores do Hamas (foto) neste sábado, 7, dá a dimensão dessa sanha selvagem. Os reféns que foram levados para a Faixa de Gaza que ainda não foram mortos sofrerão as piores atrocidades, até serem trocados por membros do Hamas que estão em prisões israelenses — se tiverem sorte.

Cobranças para que o governo de Israel negocie com os palestinos perderam força quando, em 2007, o Hamas deu um golpe violento contra o partido secular Fatah e assumiu o controle da Faixa de Gaza. Muitas casas e prédios desse território ainda preservam as marcas de rajadas de tiros dessa guerra interna. Imagens de membros do Fatah caminhando em fila indiana, vendados e algemados pelas ruas, conduzidos por agentes do Hamas com fuzis, foram registradas pelos celulares.

Quando os israelenses reclamam de que não existe um interlocutor palestino para negociar um acordo de paz, eles têm razão. A Faixa de Gaza está sob controle do Hamas, e não há como falar com esses terroristas. A Autoridade Palestina, com sede em Ramallah, na Cisjordânia, é outro problema. Financiada com o dinheiro de outros países e com os impostos pagos obrigatoriamente pelos trabalhadores israelenses, essa entidade, criada pelos Acordos de Oslo para administrar os territórios palestinos, vive sob uma cleptoditadura, em que o presidente Mahmoud Abbas se recusa a realizar eleições e mantém uma casta de corruptos que se locupletam com os bons salários ou com o que conseguem desviar para os próprios bolsos.

Abandonados pela Autoridade Palestina, o povo palestino que vive na Faixa de Gaza é uma vítima cotidiana do Hamas. Muitos dos foguetes que são lançados desse território contra Israel, sem qualquer tecnologia de direcionamento, acabam retornando e explodindo sobre suas próprias cabeças. Todos precisam se dobrar às regras fundamentalistas do grupo. Casais de namorados não podem andar de mãos dadas nas ruas, porque os terroristas só admitem que mulheres caminhem com seus pais ou irmãos. Não há opções de entretenimento, porque o único cinema que existia e o parque aquático foram incendiados.

Mas engana-se quem, como Lula, acha que há um fator econômico na desgraça palestina. Nenhum bairro da Faixa de Gaza — mesmo os antigos assentamentos para refugiados palestinos criados na guerra de independência de Israel, em 1948 — lembra a penúria de uma favela carioca. Há cafés com wifi, restaurantes, shopping centers, hotéis e faculdades. O dinheiro que irriga o enclave vem principalmente dos países do Golfo, de organizações internacionais e do Irã (embora os iranianos estejam muito mais preocupados com a questão militar). Mas só quem prospera em Gaza são os empresários amigos do Hamas, que importam tudo o que querem por meio de dezenas de túneis. Os moradores da Faixa estão em situação muito melhor do que outros povos do Oriente Médio, como os cristãos do Egito ou os palestinos que migraram para a Jordânia. O que os habitantes de Gaza não têm são serviços básicos estatais, como boas escolas, hospitais e farmácias. Mas a explicação para isso não está na economia, e sim na política confrontacionista do Hamas, que mantém um estado de tensão perpétuo na região e impede o seu desenvolvimento.

Ao declarar que seu país está em guerra e convocar reservistas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mostra que está se preparando para uma ação militar de grande escala nos próximos dias. A guerra está só no começo. Acuada e atacada, a população israelense irá se unir ao redor do seu comandante e de sua bandeira. No longo prazo, porém, “Bibi” poderá sofrer com questionamentos sobre as falhas de inteligência que não detectaram o ataque enquanto estava sendo planejado. Israel tem um dos melhores serviços de inteligência do mundo, capaz de frustrar inúmeros atentados no país e no resto do mundo, mas mesmo a melhor agência não consegue ser totalmente eficiente. Sendo esse último ataque um evento de grande magnitude, as falhas certamente serão cobradas mais adiante.

Resta ver o que o Brasil poderá oferecer ao mundo como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU. A última vez em que o país se meteu em um enrosco no Oriente Médio foi em 2010, quando a diplomacia petista, chefiada por Celso Amorim, costurou um acordo com a Turquia e o Irã, para escamotear o urânio enriquecido a mando dos aiatolás de Teerã. Naquele tempo, os teocratas iranianos ainda disfarçavam as suas reais intenções, alegando que o objetivo das centrífugas subterrâneas era a produção de energia ou a pesquisa científica. Essa hipocrisia acabou em julho do ano passado, quando os iranianos admitiram abertamente que o propósito sempre foi o de construir uma bomba nuclear.

A ala militar do Hamas é controlada e abastecida pelo Irã. Após o ataque deste sábado que deixou mais de 600 mortos, o líder-supremo aiatolá Ali Khamenei festejou a ação e disse que o fim de Israel está se aproximando. “Se Deus quiser, o câncer do regime usurpador sionista será erradicado pelas mãos do povo palestino e das forças da resistência em toda a região”, afirmou em um comunicado.

Dá calafrios de pensar o que Khamenei faria com uma bomba nuclear.

Dá calafrios de pensar o que os reféns israelenses estão passando dentro da Faixa de Gaza.

Com terroristas não se negocia.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Não se negocia com terrorista, corruptos e comunistas. Seja na faixa de Gaza, na Rússia ou Brasil. Que sejam exterminados o Hamas, Hezbolah, os invasores da Ucrânia e os vermes parasitas que transvestidos de políticos no Brasil tanta desesperança nos inflige.

  2. Parabéns Dr. RODRIGO OTÁVIO SOARES PACHECO, o único representante de uma INSTITUIÇÃO BRASILEIRA que soube transmitir, sobre a guerra em ISRAEL, uma mensagem realmente instucional, enquanto os demais idiotas transmitiram mensagens - como sempre - na ridícula e vexatória base do eu, eu, eu.... como se o mundo estivesse interessado em """saber a opinião pessoal dos palhaços""" ao invés do posicionamento de cunho verdadeiramente diplomático do BRASIL.

    1. Os melhores cumprimentos, SR. PRESIDENTE DO SENADO, DR. RODRIGO OTÁVIO SOARES PACHECO, pela consciência do significado de sua função, consciência que, embora obrigatória, existe raramente entre os medíocres e ignóbeis últimos ocupantes das funções do ESTADO BRASILEIRO.

  3. O jeito é transformar a Faixa de Gaza num grande ou pequeno balneário estilo Abu Dabi riquíssimo já que é do tamanho do bairro de Bangú no Rio . Daí o hamas iria pro mar Mediterrâneo ou tomar áreas da Arábia Saudita que tem muitas terras.

    1. Por compartilharem com os não assinantes também, bem entendido.

    2. 👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏Parabéns e obrigada, DUDA TEIXEIRA E CRUSOÉ por compartilharem esse excelente trabalho!!!!

  4. Parabéns Duda! Só não vê quem não quer o real objetivo do Hamas e de seus apoiadores, inclusive o ex-presidiário, corrupto como os membros desse desgoverno da Cisjordânia.

  5. NÃO SE NEGOCIA COM CRIMINOSOS. NÃO SE NEGOCIA COM NINGUÉM QUE PROVOCA OU COMEÇA UMA GUERRA. NÃO SE NEGOCIA COM TERRORISTAS, TRAFICANTES, MILICIANOS E *LADRÕES MANDANTES DE ASSASSINATOS*. NÃO SE NEGOCIA COM *GENOCIDAS*.

  6. Netanyahu corrupto, se uniu aos radicais d direita, Ben Gvir (ministro do interior) para controlar p Knesset (parlamento) e afronta as instituições (da mesma forma como Lula e Bolsonaro, aqui no Brasil) os israelenses indignados promoveram greves, manifestações e muitos, inclusive empresas, saíram do país. Isso enfraqueceu o governo, daí a falha/fraqueza das quais o Hamas se aproveitou. Bolsonaro e Lula, corruptos, enfraquecem nossas instituições daí o narcotráfico impune, mata nossos médicos!

  7. O premier israelense perdeu a chance de dizer ao ex presidiário que Israel não negocia com terroristas e dar um conselho ao corrupto: Não se negocia com ditadores narcotraficantes.

Mais notícias
Assine agora
TOPO