Ernesto Fraga Araújo será novo chanceler do Brasil

14.11.18 16:26

O novo ministro de Relações Exteriores do Brasil será Ernesto Fraga Araújo, que desde 2016 ocupa o cargo de Diretor do Departamento de Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty.

Entre os seus pares, é visto como competente e inteligente, mas também é considerado jovem. Tem 51 anos. É genro do embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa.

Sua promoção a chanceler é considerada extraordinária. Araújo não chegou a chefiar um posto no exterior. É o que os itamaratecas chamam de “embaixador júnior”. Como trata-se de um posto político, a falta deste título no estrangeiro não chega a ser um impeditivo.

Araújo publicou no ano passado um artigo intitulado Trump e o Ocidente no Cadernos de Política Exterior, uma publicação obscura da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag).

O texto ganhou notoriedade ao ser comentado por Olavo de Carvalho nas redes sociais. “Por incrível que pareça, ainda há vida inteligente no alto funcionalismo público brasileiro”, escreveu Carvalho. Com isso, o artigo caiu no gosto dos integrantes da campanha de Bolsonaro.

Eis o resumo do texto, que pode ser lido na internet:

O presidente Donald Trump propõe uma visão do Ocidente não baseada no capitalismo e na democracia liberal, mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais. A visão de Trump tem lastro em uma longa tradição intelectual e sentimental, que vai de Ésquilo a Oswald Spengler, e mostra o nacionalismo como indissociável da essência do Ocidente. Em seu centro, está não uma doutrina econômica e política, mas o anseio por Deus, o Deus que age na história. Não se trata tampouco de uma proposta de expansionismo ocidental, mas de um pan‑nacionalismo. O Brasil necessita refletir e definir se faz parte desse Ocidente.”

O novo chanceler também mantinha um blog, chamado Metapolítica 17. No site, ele se apresenta da seguinte forma:

“Sou Ernesto Araújo. Tenho 28 anos de serviço público e sou também escritor. Quero ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista. Globalismo é a globalização econômica que passou a ser pilotada pelo marxismo cultural. Essencialmente é um sistema anti-humano e anti-cristão. A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante. O projeto metapolítico significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história.”

Seu último post, ele conclui com a seguinte frase:

“O globalismo – ou seja, a configuração atual do marxismo – é uma enorme empresa de desmatamento da alma.”

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  1. "Sangue novo" Não mais os mesmos, nova linhagem. Essa foi a proposta do novo governo. E depois, aos 51 anos de idade um homem já tem bastante vivência e experiência para enfrentar esse desafio. Boa sorte a ele.

  2. Os diplomatas estão revoltados não só pq o Sr. Ernesto é "júnior", mas pq foi sempre beneficiado pelo sogro, protegido do velho Sarney, que representa o que de pior há no Brasil. Só serviu em postos de 1o mundo: Washington, Genebra, Berlim, Ottawa. Pertenceu ao gabinete pessoal do então chanceler da Dilma, emb. Mauro Vieira, cupincha do Amorim. Ou seja, trafega entre o lulopetismo e a velha oligarquia e agora aparece como trumpista e bolsonarista. Essa é a renovação prometida?!

  3. Os diplomatas estão revoltados não só pq o Sr. Ernesto é "júnior", mas pq foi sempre beneficiado pelo sogro, protegido do velho Sarney, que representa o que de pior há no Brasil. Só serviu em postos de 1o mundo: Washington, Genebra, Berlim, Ottawa. Pertenceu ao gabinete pessoal do então chanceler da Dilma, emb. Mauro Vieira, cupincha do Amorim. Ou seja, trafega entre o lulopetismo e a velha oligarquia e agora aparece como trumpista e bolsonarista. Essa é a renovação prometida? Esqueçam!!

  4. Os diplomatas estão revoltados porque o Sr. Ernesto foi sempre beneficiado pelo sogro, protegido do oligarca Sarney, que representa o que de pior há no Brasil. Só serviu em postos de 1o mundo: Washington, Genebra, Berlim, Ottawa. Pertenceu ao gabinete pessoal do então chanceler da Dilma, emb. Mauro Vieira. Ou seja, trafega com tranquilidade entre o lulopetismo e a velha oligarquia e de repente aparece como trumpista e bolsonarista. Essa é a renovação prometida? Esqueçam!!

  5. Duda meu amigo com esse apelido é baiano agora entre nós aqui é o Gantois; ele joga no ataque ou de vez em quando arrecua os arfís.

  6. Acho ingenuidade pensar que a esquerda e o marxismo cultural são os únicos agentes globalizadores e manipuladores da nossa pobre humanidade. Ela vem sendo manipulada há milhares de anos pelos poderes de época (governos, igrejas, mercados, mídia), que foram em sua maioria “de direita”. Cristo teve sua mensagem libertadora engolida pela máquina da igreja. E pelo visto cada vez mais usa-se o nome de Deus em vão.

  7. Não conhecia o futuro chanceler mas pelas informações que a Crusoé disponibilizou acredito que Bolsonaro encontrou uma agulha no palheiro do Itamaraty. Parece tão bom quanto o Moro na justiça. Boa sorte para o Brasil.

  8. Li várias críticas a nomeação de um chanceler sem nunca ter ocupado o cargo de Embaixador. No entanto esquecem de dizer que nos 13 anos de PT a nomeação para estes postos e até mesmo as promoções dentro da carreira seguiram estritamente o viés ideológico. Os nao alinhados, como o agora Chanceler Ernesto Araújo, certamente foi colocado neste time de nao alinhados e por isso ainda nao tinha sido Embaixador de fato e de direito. Pouco importa: fará um ótimo trabalho e reverterá o estrago petista.

  9. O futuro Chanceler deve ser leitor convicto de Jung e Simone Weil, pelo visto. São autores da minha predileção também. A Teologia Política, conquanto de suma importância, é renegada pelas Teorias do Estado, no Brasil. Paul W Kahn, Universidade de Yale, escreve bem sobre o assunto, atualmente, mas em uma linha mais freudiana. Porque Deus foge à razão, a ciência não deve desconsiderá-Lo. Se Zaratustra sentenciou sua morte, pôs algo (a razão) no lugar.

  10. Caso essa matéria fosse "pilotada" pelo IGOR GADELHA teria uma análise completamente diferente. A caixa de comentários estaria lotada de "elogios".

  11. Resumindo: Resgate de uma identidade do povo brasileiro. Nacionalismo sim. Gostei muito do texto. O nosso presidente Jair Bolsonaro soube entender o anseio da maioria da população brasileira em um momento de crise politica e de identidade. Não ao globalismo e não ao esvaziamento da nossa alma.

  12. Acho ridícula a histeria da 'imprensa' em cada uma das escolhas de Bolsonaro, vide o Levy, pq na verdade, cada escolha implica em tipo de teste, se não der certo, Bolsonaro diz muito obrigado e escolhe outro. Alguns dos nomes escolhidos podem não dar certo e daí, o Brasil não vai acabar, escolhe outra pessoa, aguentamos 13 anos de PT e ainda estamos aqui resistindo e tentando reconstruir. O problema é a sabotagem da 'imprensa' q vai por defeito EM TUDO em vez de torcer p/ o bem de todos.

  13. Resumindo : Resgate de uma cultura, identidade. Talvez a melhor maneira de explicar o sucesso tão grande que o nosso presidente Jair Bolsonaro teve na sua eleição. Algo de cunho visceral, algumas vezes difícil de explicar.

  14. Minha preferência era pelo Luís Filipe de Orleans e Bragança, porem quem sou eu para saber quem é melhor? O Professor Olavo deveria receber o cargo de Embaixador nos EUA.

    1. Oi Alberto, também sou assinante da Crusoé e tenho recebido constantemente o Antagonista... acredito que seja só uma pequena falha de ajuste, com certeza vai voltar a receber. abraço a todos que como eu se preocupam com nosso país. boa tarde.

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