Governo do Estado de São Paulo

Doria cobra reação da população e do Congresso a Bolsonaro

15.01.21 15:19

O governador de São Paulo, João Doria (foto), fez nesta sexta-feira, 15, um dos mais inflamados discursos contra o presidente Jair Bolsonaro. O tucano culpou o governo federal pelo colapso no sistema de saúde do Amazonas, assim como pelas mais de 205 mil mortes em decorrência do novo coronavírus, e cobrou uma reação do Congresso e da sociedade civil ao chefe do Planalto.

Em coletiva de imprensa, Doria afirmou que o cenário desolador em Manaus, que sofre com a falta de leitos e de oxigênio, “é resultado da política caótica de saúde pública do governo federal” e do “negacionismo” da gestão Bolsonaro. “A culpa é, sim, do governo federal, da incompetência, da incapacidade, do fracasso de ter optado pelo negacionismo em relação à essa pandemia”, disparou.

Não é razoável imaginar que uma situação de caos como vive a capital manauara seja debitado na conta de um prefeito ou de um governador. Temos governo federal para quê? Temos um Ministério da Saúde para quê? Para acusar prefeitos e governadores ou para agir em defesa e na proteção da saúde e da vida de todos os brasileiros, em qualquer parte do país?”, completou

O tucano declarou ter disponibilizado 40 respiradores produzidos pela Universidade de São Paulo ao governador do Amazonas, Wilson Lima, e afirmou que os itens devem ser transportados por um avião da empresa Latam. Além disso, disse ter oferecido leitos em hospitais públicos aos pacientes manauaras que serão realocados e comprometeu-se a gerenciar espaços em centros de saúde privados.

Enquanto secretários conduziam a coletiva, Doria fez uma interrupção ao receber a notícia de que Amazonas pedira a transferência de 60 bebês para outros estados devido ao risco da falta de oxigênio. Neste momento, o tucano indignou-se e afirmou que São Paulo atenderá todos os prematuros. “É o fim do mundo isso. Para quem é pai, para quem é mãe, não ter oxigênio para bebê. Uma irresponsabilidade do governo Bolsonaro. Me choca isso como brasileiro”, disse, jogando o celular à bancada.

“Hoje, li uma manifestação do presidente Jair Bolsonaro, dizendo ‘eu fiz tudo que estava ao meu alcance. O problema agora é do estado do Amazonas e da prefeitura de Manaus’. Inacreditável. Em outro país, talvez isso fosse classificado como genocídio”, atacou. 

O tucano referiu-se a uma declaração de Bolsonaro direcionada a apoiadores. Pela manhã, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente eximiu seu governo da culpa. “Terrível o problema lá, mas fizemos a nossa parte”, garantiu o chefe do Planalto. “Hoje, as Forças Armadas ocupam lá um hospital de campanha, o ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira, providenciou oxigênio. E começou o tratamento precoce, que alguns criticam ainda”, emendou Jair Bolsonaro.

Doria acrescentou que o “mar de fracassos” do governo ceifou a vida de milhares de brasileiros e conclamou o Congresso a agir. “Está na hora de termos um a reação isso, da sociedade civil, dos brasileiros, da imprensa, do Congresso, de quem puder ajudar. Ou vamos assistir isso por meses e achar que é normal? Que faz parte e que a ideologia do negacionismo é aceitável? Não é aceitável. É um crime que estão cometendo contra os brasileiros”.

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