Adriano Machado/Crusoé

CPI vai cobrar Facebook e Youtube por veiculação de falas negacionistas de Bolsonaro

18.06.21 10:53

A CPI da Covid deve convocar representantes do Facebook e do Youtube, plataformas usadas por Jair Bolsonaro para a transmissão das lives semanais. As empresas serão cobradas pela veiculação e manutenção no meio digital de falas negacionistas do presidente da República.

A investida ocorre após, na transmissão ao vivo de quinta-feira, 17, Bolsonaro declarar que a contaminação pelo novo coronavírus é mais eficaz para a imunização do que as vacinas. A fala de Bolsonaro remete à estratégia da chamada “imunidade de rebanho, contestada por especialistas.

O requerimento para a convocação será protocolado pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues. O senador argumentou que, “por muito menos“, o Twitter e o Facebook baniram Donald Trump das plataformas e alegou que Bolsonaro não pode continuar a “disseminar notícias sem lastro na ciência, que produzem o aumento” do número de mortes e infecções pelo coronavírus.

Não se trata de censura. Que o presidente fale as besteiras que quiser onde quiser. Só não pode comprometer a vida dos brasileiros“, disse o parlamentar. “Não pode esse tipo de irresponsabilidade das plataformas, das mídias sociais, disseminando esse tipo de sentimento“.

Enquanto Randolfe falava ao microfone, ao fundo, o presidente da CPI, Omar Aziz, declarou que tem que “acabar com esse negócio de live“. O congressista comprometeu-se a pautar o requerimento para a próxima terça-feira. “Isso é de importância muito grande, porque propaga mentiras, propaga a inverdade“.

Relator da CPI, Renan Calheiros reforçou o coro. Nós temos ontem [quinta] a continuidade criminosa da defesa da imunização de rebanho, do desdém com a eficácia da vacina e o exemplo do próprio presidente de que ele era a imunização natural, porque havia contraído o vírus. Essa irresponsabilidade não pode continuar. Isso é a reiteração do crime“.

Na sequência, o parlamentar recusou-se a fazer perguntas a médicos que defendem o uso de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus, como a cloroquina. Os demais integrantes do G7 fizeram o mesmo.

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