Conselheiro do Tribunal de Contas da Paraíba usou advogado para receber propina, diz PGR

26.11.20 07:19

Ao denunciar o conselheiro afastado do Tribunal de Contas da Paraíba, Arthur Cunha Lima (foto), a Procuradoria-Geral da República, PGR, narra como ele se valeu de um escritório de advocacia para receber propina de uma organização social que mantinha contratos com o governo estadual. A acusação é um desdobramento da Operação Calvário que mira desvios nas áreas de saúde e educação da Paraíba e que resultou na prisão, em dezembro de 2019, do ex-governador Ricardo Coutinho, do PSB.

Segundo a denúncia assinada pela subprocuradora Lindôra Araújo, entre junho de 2017 e junho de 2019, o conselheiro por meio do advogado Diogo Mariz “solicitou e recebeu vantagem indevida do empresário Daniel Gomes da Silva para votar de forma favorável à organização social Cruz Vermelha Brasileira”. A OS mantinha contratos milionários com o governo da Paraíba na gestão de Coutinho.

A denúncia foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça em 19 de outubro e era mantida em sigilo desde então. Além de Cunha Lima e Coutinho, foram denunciadas outras quatro pessoas. Em 27 de outubro, Cunha Lima foi alvo de busca e apreensão na nona fase da Operação Calvário.

“No que envolve o suborno do conselheiro Arthur Cunha Lima, na realidade, o então governador seria beneficiado com a aprovação de contas da CVB, pois a ausência de questionamentos pelo órgão de contas permitiria, dentre outros pontos, a manutenção de diversos esquemas de desvios de recursos públicos que lhe beneficiavam e a nomeação de pessoas indicadas pela Orcrim nas organizações sociais”, diz a denúncia.

Também denunciado, o empresário Daniel Gomes assinou um acordo de colaboração premiada com a Justiça e entregou dezenas de gravações de conversas que incluíam as tratativas para o pagamento da propina. Segundo Gomes, com base em um contrato com o escritório de advocacia de Diogo Mariz, foi pago um adiantamento de 60 mil reais em duas parcelas de 30 mil, e outras parcelas de 12 mil até perfazer o total de 120 mil reais. O contrato ainda previa o repasse de mais 240 mil reais quando as contas fossem aprovadas no TCE-PB.

Em uma das conversas gravadas por Gomes, o então procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, indicado por Coutinho, reclama dos valores que teriam sido solicitados pelo conselheiro.  “Eu disse: Oh, esses patamares aí estão totalmente fora da realidade que eu trabalho… se eles bancarem, tudo bem, agora..”, diz ele na gravação. Em outro áudio, segundo a denúncia, fica claro que Coutinho foi informado sobre o êxito do grupo criminoso em pagar propina a Cunha Lima em troca dos favores.

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  1. Bando de canalhas. Para que servem esses malfadados tribunais de contas? Qual corrupção ele descobriram. São todos ladrões.

    1. Esses tribunais de contas,servem apenas pra engordar as contas de seus conselheiros.Bando de VERMES da pior espécie,q devoram as entranhas da NAÇÃO.

  2. Me revolto cada vez que vejo alguém com um cargo tão importante para a sociedade se mostrar corrupto. Juízes, Desembargadores, Membros do TCU, e outros deveriam ser punidos com a morte. Isso pena de morte para esses canalhas que não honram suas calças. Vermes.

  3. Os tribunais de contas de todos os estados e municípios não passam de um fosso de corrupção e só servem para absorver políticos canalhas que estão se aposentando da vida política!

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