Pedro Ladeira/FolhapressRicardo Barros terá seus sigilos revirados pela comissão de inquérito

Barros pede ao STF que suspenda quebras de sigilo decretadas pela CPI

19.08.21 13:17

A defesa do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (foto), pediu ao Supremo Tribunal Federal que suspenda a quebra dos sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal do deputado, decretada pela CPI da Covid. O mandado de segurança será analisado pela ministra Cármen Lúcia.

Barros é investigado pela comissão em diversas esferas, sendo a principal a que mira o escândalo Covaxin. O deputado federal Luis Miranda, do DEM do DF, afirma que, quando denunciou a Jair Bolsonaro indícios de corrupção na compra da vacina indiana, o presidente da República declarou que o esquema era “coisa” do líder do governo na Câmara.

O deputado é autor de uma emenda que abriu espaço para a importação da Covaxin. Barros propôs o texto em uma medida provisória que dava autorização para a importação e distribuição de quaisquer vacinas e medicamentos não registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, desde que fossem aprovados por autoridades sanitárias de outros países. A modificação por ele sugerida incluiu a Central Drugs Standard Control Organization, da Índia, na lista de agências habilitadas.

No mandado de segurança movido no STF, a defesa de Barros afirma que “não existe qualquer fundamentação idônea” para a transferência dos sigilos do deputado e reclama do vazamento das informações obtidas pela CPI sobre investigados. Os advogados afirmam que a medida cautelar decretada contra o parlamentar significa, na verdade, “quebra absoluta do sigilo para o público em geral, especialmente para a imprensa“.

O impetrante [Ricardo Barros] se socorre do Poder Judiciário para, justamente, garantir seu direito líquido e certo de manter o sigilo de suas informações, afastando a quebra de sigilo determinada pela CPI tanto em razão da sua manifesta inconstitucionalidade como, em especial, para evitar que ocorra o vazamento de informações atinentes ao seu telefônico, fiscal, bancário e telemático para a imprensa, preservando seu direito a não ver devassada indevidamente sua intimidade e vida privada mediante vazamentos seletivos“, escreveu a defesa.

Além disso, a defesa argumenta que Barros não pode ser alvo de quebras de sigilo devido ao foro privilegiado. Para os advogados, a medida seria válida somente se proposta ao STF e autorizada pelo ministro-relator.

Assim, eventuais resultados das ‘transferências’ (quebras) de sigilo ora questionadas serão absolutamente nulos. Não bastasse, sendo perfectibilizados, seriam evidentes ‘frutos envenenados’ que maculariam toda e qualquer indicação que fosse feita em desfavor do Impetrante no eventual relatório final“, completaram.

Ao pedir a suspensão da quebra dos sigilos, a defesa do deputado ainda requer que o STF determine “a destruição geral e irrestrita” de todas as informações relativas a Barros, caso já tenham sido recebidas. O mandado de segurança foi impetrado no final da tarde de quarta-feira, 18, antes, portanto, de a CPI ordenar uma nova transferência do sigilo fiscal do congressista.

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  1. Olha o cara...... (Cesare Lombroso adoraria ver essa foto!!!! 😆 ) Quebrem o digilo sim, agente público tem que ter abertas e transparentes todas as formas e eventos de comunicação, exceto os estritamente privados.

  2. Esperemos que o STF não chancele a pretensão de um deputado que afrontou a CPI e canta de falo dizendo que nada tem a esconder. Cumpre aí STF prestigiar a transparência na vida pública parlamentar, mormente em se tratando de deputado investigado por CPI.

  3. Onde está o Machão , que disse que não adiantava abrir o sigilo , não achariam nada de errado nas contas deste ladrao, igual a todo vagabundo de Brasília , metem o pau no STF e correm para tentar esconder as contas bancárias !!!! Cambada de ladrao , caras de pau !!!

  4. Covaxin é um dos muitos escândalos de corrupção de Barros. Seu nome é tão sujo como pau de galinheiro. Currículos assim são do inteiro agrado do PR.

  5. Barros saiu todo presunçoso da última vez que esteve na CPI. Deu entrevistas lá mesmo na saída mostrando-se seguro e imponente. Deu de ombros para as então quebras de sigilo. Parece que os ares mudaram de direção. Em frente CPI, aí tem.

    1. Em todo lugar tem... inclusive na CPI comandada por elementos de carater duvidoso...

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