Até quando vai a lua de mel com Milei?
Parte dos argentinos até topa dar um tempo para ver as medidas de ajuste econômico do presidente Javier Milei (foto) darem frutos. Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, 23 pelo instituto Taquion indica que 46% dos argentinos topam esperar mais de seis meses de mandato para enxergar os prometidos efeitos positivos das mudanças estruturais do governo....
Parte dos argentinos até topa dar um tempo para ver as medidas de ajuste econômico do presidente Javier Milei (foto) darem frutos. Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, 23 pelo instituto Taquion indica que 46% dos argentinos topam esperar mais de seis meses de mandato para enxergar os prometidos efeitos positivos das mudanças estruturais do governo.
Para 16% dos ouvidos pela pesquisa — um em casa seis argentinos — o prazo máximo é entre seis meses e um ano, que se completam em 10 de dezembro. Outros 14% indicam poder esperar entre um e dois anos, no final de 2025. Já outros 16% sugerem esperar até mais de dois anos.
Como sinal da persistência da oposição peronista — mas também da severidade dos ajustes de toda ordem implementados pelo governo — uma fatia de 27% dos entrevistados não quer esperar o governo para ver melhoras no país. Outros 27% dão um prazo máximo de seis meses.
A pesquisa, feita online, conclui que a sociedade argentina está passando por um momento de corte. Nove em cada dez argentinos declararam estar ajustando seus custos, e sete em cada dez dizem fazendo por necessidades. Tal como no Brasil, o sentimento de polarização persiste: três em cada quatro entrevistados disseram que veem a sociedade como "tensionada" e em "conflito constante".
O governo de Milei, que ainda não chegou ao fim do seu terceiro mês no comando da Casa Rosada, recebeu sinais mistos durante a semana. No balanço positivo, o país registrou o primeiro superávit em 12 anos. O superávit foi de cerca de 589 milhões de dólares (2,93 bilhões de reais), incluindo o pagamento dos juros da dívida pública.
Acontece que parte do próprio aumento vem da inflação ainda galopante do país, acima dos 250% ao ano. "O Estado reduziu os custos, porque os seus ingressos, por meio de impostos, foram reajustados pela inflação, mas os seus gastos continuaram fixos", diz o economista Claudio Zuchovicki.
No balanço negativo, a pobreza avançou em 7,9 pontos percentuais desde a posse de Milei, indo de 49,5% a 57,4% da população. Esse é o pior índice desde 2004, quando a Argentina se recuperava da colapso do sistema de paridade entre o peso e o dólar.
Leia mais na Crusoé: Javier Milei de Oliveira Tanzi alcança o superávit
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-02-23 15:23:52Até os 54% de hoje miseráveis da Argentina virarem 102% inflados com alguns manés da Macunaíma Ilha.