Foto: Reprodução/X Javier MileiFoto: Reprodução/X Javier Milei

Até quando vai a lua de mel com Milei?

23.02.24 14:25

Parte dos argentinos até topa dar um tempo para ver as medidas de ajuste econômico do presidente Javier Milei (foto) darem frutos. Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira, 23 pelo instituto Taquion indica que 46% dos argentinos topam esperar mais de seis meses de mandato para enxergar os prometidos efeitos positivos das mudanças estruturais do governo.

Para 16% dos ouvidos pela pesquisa — um em casa seis argentinos — o prazo máximo é entre seis meses e um ano, que se completam em 10 de dezembro. Outros 14% indicam poder esperar entre um e dois anos, no final de 2025. Já outros 16% sugerem esperar até mais de dois anos.

Como sinal da persistência da oposição peronista — mas também da severidade dos ajustes de toda ordem implementados pelo governo — uma fatia de 27% dos entrevistados não quer esperar o governo para ver melhoras no país. Outros 27% dão um prazo máximo de seis meses.

A pesquisa, feita online, conclui que a sociedade argentina está passando por um momento de corte. Nove em cada dez argentinos declararam estar ajustando seus custos, e sete em cada dez dizem fazendo por necessidades. Tal como no Brasil, o sentimento de polarização persiste: três em cada quatro entrevistados disseram que veem a sociedade como “tensionada” e em “conflito constante”.

O governo de Milei, que ainda não chegou ao fim do seu terceiro mês no comando da Casa Rosada, recebeu sinais mistos durante a semana. No balanço positivo, o país registrou o primeiro superávit em 12 anos. O superávit foi de cerca de 589 milhões de dólares (2,93 bilhões de reais), incluindo o pagamento dos juros da dívida pública.

Acontece que parte do próprio aumento vem da inflação ainda galopante do país, acima dos 250% ao ano. “O Estado reduziu os custos, porque os seus ingressos, por meio de impostos, foram reajustados pela inflação, mas os seus gastos continuaram fixos”, diz o economista Claudio Zuchovicki.

No balanço negativo, a pobreza avançou em 7,9 pontos percentuais desde a posse de Milei, indo de 49,5% a 57,4% da população. Esse é o pior índice desde 2004, quando a Argentina se recuperava da colapso do sistema de paridade entre o peso e o dólar.

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