Afastamento, em tese, não suspende processo contra senador no Conselho de Ética

O senador flagrado com dinheiro escondido entre as nádegas pela Polícia Federal, Chico Rodrigues (foto à dir), continuará respondendo pela representação protocolada pelos partidos Rede e Cidadania contra seu mandato perante o Conselho de Ética. O afastamento do parlamentar por 121 dias, anunciado nesta terça-feira, 20, não gera efeito suspensivo sobre o processo que corre no colegiado do Senado. 

A secretaria do Conselho de Ética informou que não existe impedimento para que o processo continue tramitando, mas que o andamento dos trabalhos depende da caneta do senador Jayme Campos, do Democratas de Mato Grosso, que preside o conselho. A assessoria do parlamentar assegura que o procedimento seguirá com seu curso normal.

No entanto, como mostrou Crusoé, o colegiado adota uma manobra para postergar a análise das representações. Os processos ficam parados até que a advocacia-geral do Senado se manifeste sobre a admissibilidade das denúncias protocoladas. Assim, procedimentos se arrastam por meses a fio, aguardando parecer dos advogados. Há casos de matérias protocoladas ainda no ano passado e que ainda não têm parecer, como o do senador Cid Gomes, denunciado pelo deputado Arthur Lira, em outubro do ano passado. O líder do Centrão reclama de ofensas contra ele proferidas pelo senador cearense.