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A volta dos violentos ‘ponchos rojos’ na Bolívia

03.11.19 11:27

Uma das milícias mais violentas da Bolívia é a dos ponchos rojos. Ela é composta por indígenas aimarás, que usam roupas vermelhas e recebem ordem diretamente do presidente Evo Morales.

Em 2007, os ponchos rojos degolaram cachorros e os penduraram em postes de La Paz. O objetivo era mostrar o que eles pretendiam fazer com os inimigos de classe. Eles voltaram a fazer essa crueldade várias vezes depois, sempre para intimidar inimigos do presidente.

Depois do primeiro turno das eleições, realizado no dia 20 de outubro, a população de diversas cidades da Bolívia começou a protestar. Morales então mandou que os grupos que o apoiam cercassem as cidades onde os protestos ocorriam.

Em La Paz, na quinta-feira, 31, os ponchos rojos atacaram com paus e chicotes os médicos, enfermeiras e funcionários do Hospital Obrero (foto). Com seus aventais e roupas brancas, os profissionais de saúde participavam de uma manifestação na rua gritando palavras de ordem contra o governo.

Os ponchos rojos tentaram entrar no hospital e ameaçaram chicotear os médicos, mas foram impedidos por populares que estavam no local. A polícia não agiu. Quinze pessoas ficaram feridas.

“Há uma década, os ponchos rojos tinham um papel simbólico para os que apoiavam o Movimento ao Socialismo, o partido de Morales”, diz a cientista política boliviana Jimena Costa. “Hoje eles não passam de uma tropa de choque do governo.”

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