Nicolás Maduro via X

A briga de 5ª série entre Milei e Maduro

14.03.24 13:08

Javier Milei, o presidente argentino, e Nicolás Maduro, o presidente do regime ditatorial na Venezuelana, tiraram os últimos meses para estrelar uma briga digna de 5ª série pela imprensa. Motivados pela decisão de Buenos Aires em apreender um avião iraniano em posse do governo de Caracas (e enviá-lo para os Estados Unidos), os dois chefes de Estado e seus comandados estão trocando farpas, a norte e sul do Brasil.

O estopim da crise entre os dois presidentes, que não poderiam ser mais antagônicos, foi a apreensão de um Boeing 747 usado como cargueiro por uma empresa estatal da Venezuela. Não foi o fato de que a aeronave ter sido apreendida em Buenos Aires durante o governo peronista de Alberto Fernández o fato a enfurecer Caracas — mas sim a decisão de Milei em autorizar o governo dos EUA a retirar de terras argentinas e desmontar a aeronave.

Em janeiro, o tema da aeronave levou ao primeiro entrevero entre os dois. “Eles roubaram nosso avião da Emtrasur. O bandido do Milei roubou um avião da Venezuela. Milei, o herói da ultradireira de mentira, roubou um grande avião de vocês, trabalhadores da Conviasa”, disse Maduro, em sua verve tradicional. “Ou Milei finge ser louco, é louco ou os dois ao mesmo tempo.”

Quando o ditador venezuelano anunciou o rompimento de relações com o governo de Milei, o presidente argentino disse não esperar semelhante elogio.

Desta vez, Milei ainda não se pronunciou. Sobrou para seu porta-voz, Manuel Adorni, acusar a retaliação venezuelana, proibindo o tráfego em seu espaço aéreo de aeronaves vindas e a caminho do território argentino. 

Quando Adorni disse a jornalistas que seu país não seria “extorquido por amigos de terroristas”, foi Yvan Gil, o chanceler venezuelano, quem perdeu a compostura:

“O governo neonazi da Argentina não apenas é submisso e obediente com seu amo imperial, como tem uma vocal ‘cara de pau'”, escreveu. “Manuel Adorni pretende desconhecer as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela”.

A tensão entre os dois países que, apesar de distantes, são fronteiriços do Brasil, integra a cadeia de tensões que a ditadura de Caracas tem causado ao continente. Ao mesmo tempo, Maduro ameaça a Guiana.

O avião, originalmente, pertence a Mahan Air, uma companhia aérea sancionada por Washington por dar apoio direto às forças Quds, unidade especial ligada diretamente ao aiatolá Ali Khamenei.

A tripulação do voo, apreendida e depois liberada na Argentina, tinha 14 venezuelanos e cinco iranianos. E a aeronave seria pilotada por Gholamreza Qasemi, general das Forças Quds em Teerã. Uma investigação de um jornalista iraniano, para um jornal israelense, chegou a apontá-lo como o responsável por levar armas e munições em voos para a Síria, provavelmente para abastecer o Hezbollah.

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