Adriano Machado/Crusoé

Comando do PSL avalia que Bolsonaro não tem para onde ir

08.10.19 13:25

Os problemas na Justiça do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a insatisfação com parlamentares e a gestão do fundo partidário são apontados pelo comando do PSL como os principais motivos para o presidente Jair Bolsonaro (foto) ter atacado o presidente da sigla, Luciano Bivar, na manhã desta terça-feira, 8. O presidente disse a um apoiador que o parlamentar está “queimado pra caramba”.

Para a cúpula do PSL, Bolsonaro tenta apagar sua relação com Antônio, denunciado na sexta-feira, 4, por envolvimento no lançamento de candidaturas de fachada de mulheres para desvio de recursos públicos em 2018. No entanto, o presidente já foi alertado dias atrás, por integrantes da executiva, de que não foram os atuais dirigentes que levaram o ministro do Turismo para a legenda no ano passado. Mas sim, o próprio Bolsonaro e o ex-ministro Gustavo Bebianno, braço direito do presidente na campanha eleitoral. Bivar ficou afastado do comando partidário durante a disputa presidencial.

No mesmo encontro com integrantes do PSL, o presidente reclamou de alguns parlamentares, como o senador Major Olímpio e o líder da sigla na Câmara, Delegado Waldir. Avaliou que ambos eram ásperos contra o governo. Ouviu de volta que os dois também foram levados à legenda pelo próprio presidente e seu entorno. E que Waldir se tornou líder após a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Os dirigentes também lembraram na reunião que a sigla é a mais fiel ao presidente no Congresso. Questionado se procediam as informações de que deixaria o partido, Bolsonaro negou. O mesmo vem sendo dito pelos filhos do presidente.

A avaliação dos dirigentes do PSL é de que Bolsonaro até pensa em sair, mas não teria para onde ir. Ele sabe dos problemas que pode enfrentar um presidente com partido pequeno, como foi com Fernando Collor e o PRN. Além disso, dificilmente a maioria da bancada o acompanharia.

Também há a leitura de que tudo se resume a dinheiro e poder, dado o tamanho que o PSL adquiriu após as eleições de 2018. A expectativa é de que o partido administre cerca de meio bilhão de reais em 2020. Os líderes do PSL apontam a advogada eleitoral Karina Kufa como uma das que têm influenciado o presidente nos rumos que esses recursos precisam tomar.

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