Sem avião do Zé Gotinha e 55 mil dólares pelo transporte: os bastidores da negociação entre Brasil e Índia
Se o Ministério da Saúde deu a largada no plano de vacinação contra a Covid-19 sem contar com as 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia – e que finalmente estão a caminho do Brasil –, parte do atraso se deve à pirotecnia do governo federal, na avaliação de diplomatas que...

Se o Ministério da Saúde deu a largada no plano de vacinação contra a Covid-19 sem contar com as 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas da Índia – e que finalmente estão a caminho do Brasil –, parte do atraso se deve à pirotecnia do governo federal, na avaliação de diplomatas que participaram das negociações entre Brasil e o país asiático e que haviam recomendado máxima discrição à equipe de Eduardo Pazuello. Após o primeiro revés, a pasta do SUS parece ter entendido o recado.
No começo da semana, integrantes do Itamaraty se reuniram com autoridades indianas para renegociar a entrega dos imunizantes produzidos pelo instituto Serum. A articulação contou com Ernesto Araújo, que se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Índia, e com o embaixador do Brasil naquele país, André Correa do Lago, que operou a parceria em Nova Délhi. O próprio Jair Bolsonaro se reuniu com o embaixador da Índia em Brasília, Suresh Reddy. Ficou combinado com o governo asiático que as duas milhões de doses seriam enviadas na sexta-feira, desde que o plano fosse mantido em segredo e que houvesse discrição do Brasil.
Para evitar a pirotecnia do avião da Azul adesivado com o Zé Gotinha decolando do Brasil rumo a Mumbai, o Itamaraty sugeriu a Pazuello que a operação logística fosse contratada diretamente na Índia, em um voo comercial. O transporte até o Brasil custará 55 mil dólares, segundo fontes diplomáticas que acompanharam as tratativas ouvidas por Crusoé. O marketing da vacina só será feito após a chegada no país. "A carga vinda da Índia será transportada em voo comercial da companhia Emirates ao aeroporto de Guarulhos e, após os trâmites alfandegários, seguirá em aeronave da Azul para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de janeiro", informou o Ministério da Saúde.
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Comentários (7)
Marcia
2021-01-22 10:21:32Não existe almoço de graça nem vacina de graça, nós vamos pagar por tudo, nós os 211.999.999 brasileiros patetas.
Alexandre
2021-01-22 07:48:17Um voo fretado deve custar umas 10 vezes mais que o transporte em avião regular
Paulo I
2021-01-21 23:05:37Saiu mais barato vir em vôo comercial do que mandar o avião da Azul buscar. 55 mil dólares é pechincha. Um vôo fretado de Manaus para São Paulo levando doentes de Covid, está saindo por 36 mil dólares, segundo disse o Governador do Amazonas.
Luiz
2021-01-21 21:01:20Cancelada minha assinatura hoje ..,demorou Crusoe . Bem melhor a CNN ...imparcial . Lá vejo-nos dois lados ...tchau !!!!!
Jose
2021-01-21 20:41:16Kkkkkkkkkk. A população precisa de 440 milhões de doses e o governo genocida comemora duas milhões de doses mendigadas na Índia como se fosse uma vitória na copa do mundo. Como é medíocre este governo Bozista!
Maria
2021-01-21 20:15:13Uma dúvida: depois de saber da maneira simples e sem arrogância do “diplomata” e grande negociador Ernesto, as vacinas virão na 1ª classe do avião da Emirates? Só estou querendo saber! #ImpeachmentSalvaVidas! #SOCORRO!!
PAULO
2021-01-21 20:05:27Este governo é uma piada. Então parte do entrave era o Bolsonaro querer copiar o governador Doria no merchandising da vacina. Bolsonaro já disse que não é o Messias. Mas será que com o tanto de evangélicos imprestáveis que tem no governo, nenhum é capaz de multiplicar os pães, ou melhor as vacinas.