O estado cultural brasileiro
A produção artística nacional, além de refém da agenda identitária, se rende cada vez mais à propaganda ideológica e à linguagem publicitária
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O Estado Cultural, livro de Marc Fumaroli, nasce de uma indignação genuína com uma aparente miudeza. Lançado no Brasil em 2021, pela Editora Âyiné, com tradução de Pedro Sette-Câmara, o livro parte do questionamento feito pelo autor a um cartaz de grande dimensão espalhado pelos muros da cidade de Provença, na França, em 1990, que dizia: “O Conselho Regional dinamiza as artes plásticas”. Com efeito, não deixa de ser curiosa a mistura de linguagem de propaganda oficial e linguagem publicitária de grandes corporações, como ele escreve.
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Comentários (9)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2023-02-23 14:04:38Exato. Aliando a burocracia como força regedora do impulso cultural à utilização da arte pela política consegue-se o resultado que temos; negligência do passado e promoção da irrelevância artística como se cultura fosse.
JOSÉ ROBERTO DE AMORIM
2023-02-23 10:02:33Toda cultura de estado, em todo o mundo, foi desastrosa e atrasou a evolução da humanidade. A clientelista, como a que se pratica no Brasi,l é a pior modalidade.
Marcia Elizabeth Brunetti
2023-02-22 12:29:38Por que ainda não chamaram o Chico Buarque para liderar essa pasta??? Ora, ele deve estar orgulhoso do novo gobierno. Não pode deixar os prazeres pessoais sobreporem sua batalha pelo Pueblo libre! Viva la revolucion!! PQP
KEDMA
2023-02-18 16:13:10No fim desse governo vale a pergunta: o que foi feito da cultura?
Maria
2023-02-18 10:21:51Me lembrou os artistas da URSS e China, com aqueles cartazes de operários gordinhos, sorridentes e olhando para cima…
Frederico Godinho
2023-02-18 09:20:18Otimo texto
Marcia E.
2023-02-17 15:30:48Josias, é um alívio para mim, ler este artigo. Chego a pensar que sou crítica demais quando me revolto com esses "brilhantes" destaques da cultura brasileira. Margareth Menezes, por exemplo. Dessa aí só conheço o nome, e , se fez algum sucesso não fiquei conhecendo. Mas, não só ela. Quando vejo uma artista de novelas assumindo uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, aí meu desapontamento vai aos extremos.
Josias
2023-02-17 10:50:37Essa fusão (ou confusão) de Cultura e Entretenimento já era característica do governo Bolsonaro. Me parece típica de governos populistas.
Lucia
2023-02-17 06:45:26Axé music ou “ sertanojo”, tanto faz… é tudo reflexo da sociedade brasileira. Onde não há Educação de qualidade, não pode haver Cultura.