Sem provas, Maduro acusa espanhóis detidos na Venezuela de terrorismo
As famílias de José María Basoa e Andrés Martínez Adasme dizem que eles são vizinhos em Bilbao, na Espanha, e entraram na Venezuela em 17 de agosto como turistas
O ditador venezuelano Nicolás Maduro acusou na segunda-feira, 16, os dois cidadãos espanhóis detidos na Venezuela --José María Basoa e Andrés Martínez Adasme-- de serem "terroristas". Sem apresentar provas, Maduro voltou a ligá-los Centro Nacional de Inteligência (CNI) da Espanha, fato que o governo espanhol nega.
Durante o programa semanal Con Maduro+, transmitido pela estatal venezuelana VTV, o ditador afirmou que os espanhóis são "agentes infiltrados" no país para conspirar pela derrubada de seu governo. A prisão de Basoa e Adasme foi confirmada no sábado, 14, pelo ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello.
Segundo as famílias de Basoa e Adasme, no entanto, eles são vizinhos em Bilbao, na Espanha, e entraram na Venezuela em 17 de agosto como turistas.
Como convidado do programa de TV apresentado por Maduro, Diosdado Cabello disse que Adasme e Basoa foram detidos em “situação irregular”, tirando fotos perto de um aeroporto local.
O ministro venezuelano também ampliou o foco das acusações, afirmando que a inteligência espanhola “depende da CIA”. Ele lembrou que há cinco estrangeiros detidos no país: dois norte-americanos, um tcheco e os dois espanhóis.
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Crise entre Madri e Caracas
As acusações do regime chavista ocorrem em meio a uma crise diplomática entre os dois países, intensificada pelo asilo político concedido pelo governo espanhol ao candidato da oposição Edmundo González Urrutia, pelo pedido do Congresso da Espanha de reconhecimento do opositor de Maduro como presidente eleito da Venezuela e por declarações da ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, que chamou o regime venezuelano de "ditadura".
Em represália, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, convocou a embaixadora venezuelana em Madri, Gladys Gutiérrez, para consultas e na sexta, 13, convocou o representante espanhol em Caracas, Ramón Santos, para ir ao seu gabinete.
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