PSOL aciona MPF após Damares tentar impedir aborto de criança de 10 anos
21.09.20 11:26O PSOL decidiu acionar o Ministério Público Federal contra Damares Alves (foto). O partido quer que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos responda pela suposta ação nos bastidores para impedir que uma criança de dez anos realizasse o aborto legal após ser estuprada pelo tio.
A investida de Damares foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a reportagem, a ministra tentou transferir a criança capixaba de São Mateus, onde vivia, para um hospital em Jacareí, em São Paulo. A intenção era que, na unidade médica, a menina aguardasse a evolução da gestação e tivesse o bebê, apesar do risco de vida.
Para isso, Damares teria enviado à cidade capixaba representantes do ministério e aliados políticos, em uma série de reuniões, nas quais pressionaram os responsáveis por conduzir os procedimentos, chegando até mesmo a oferecer benfeitorias ao conselho tutelar local.
Além disso, pessoas envolvidas no processo afirmam que os representantes da ministra seriam os responsáveis pelo vazamento do nome da criança à ativista Sara Winter, que o divulgou nas redes sociais. A exposição da menina, que atenta contra o Estatuto da Criança e do Adolescente, fez da vítima alvo de ameaças.
Vice-líder do PSOL na Câmara, a deputada Fernanda Melchionna criticou a ministra nas redes sociais. “É motivo para impeachment ou prisão, mas no governo de Bolsonaro será até recompensada. Criança não é mãe!”, escreveu.
Damares queria obrigar uma criança de 10 anos fazer uma cesárea e ter filho de seu estuprador. Chegou a fazer chantagem, oferecendo benefícios ao conselho tutelar da região. É motivo p/ impeachment ou prisão, mas no governo de Bolsonaro será até recompensada. Criança não é mãe!
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) September 21, 2020
“Nossa bancada do @psolnacamara já apresentou representação ao MPF contra Damares Alves, pedindo uma força-tarefa para acompanhar as políticas da pasta no combate à violência contra crianças e adolescentes. Vamos adicionar as novas informações ao processo”, concluiu.
Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.