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Por que Israel e países árabes rejeitam a Al Jazeera, o “canal terrorista”

01.04.24 19:04

O Parlamento de Israel aprovou nesta segunda-feira, 1º, uma lei que autoriza o governo a solicitar o fechamento de emissoras internacionais, alegando riscos à segurança nacional. A nova legislação pode levar ao fechamento da rede Al Jazeera, do Catar, a partir do dia 31 de julho. Para que isso aconteça, contudo, ainda será preciso que órgãos do governo façam consultas com autoridades legais e de segurança.

Se isso ocorrer, Israel não será o primeiro país do Oriente Médio a fechar a rede do Catar. As operações da Al Jazeera já foram encerradas na Arábia Saudita, na Jordânia, nos Emirados Árabes Unidos, no Egito e no Bahrein.

Em Israel, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu acusou a Al Jazeera de ser o “canal do terror” nesta segunda, 1º.

A Al Jazeera prejudicou a segurança de Israel, participou ativamente no massacre de 7 de outubro e incitou contra os soldados das Forças de Defesa de Israel, FDI. É hora de retirar o braço do Hamas do nosso país. O canal terrorista Al Jazeera não transmitirá mais de Israel. Pretendo agir imediatamente de acordo com a nova lei para interromper a atividade do canal“, escreveu Netanyahu nas redes sociais.

Quando Bibi afirma que a Al Jazeera participou ativamente do atentado terrorista de 7 de outubro, ele não está exagerado. Informações obtidas nos últimos meses mostraram que jornalistas e fotógrafos do canal eram membros do Hamas e do grupo terrorista Jihad Islâmica. Eles souberam do ataque com antecedência e cobriram o surto de violência ao sul de Israel antes dos concorrentes.

Entre eles estava o repórter Ismail Abu Omar (foto), que foi ferido em um bombardeio israelense e levado para ser tratado no Catar. Omar é vice-comandante do Batalhão de Kahn Younis do Hamas. Ele entrou com os demais terroristas em Israel no dia 7 de outubro e cobriu o massacre.

A Al Jazeera é o megafone do Hamas. O Catar deu aos terroristas um canal 24 horas por dia. A guerra começou com uma declaração de guerra na Al Jazeera na manhã do sábado, 7 de outubro“, disse Yigal Carmon ao Crusoé Entrevistas (assista ao vídeo abaixo).

Países árabes expulsaram a Al Jazeera há tempos. Isso porque o canal do governo catari exibe programas com uma linguagem agressiva, os quais atacam as monarquias e as ditaduras do Oriente Médio, favorecendo as oposições locais.

A Al Jazeera provou-se venal principalmente após a Primavera Árabe, que abalou diversos regimes autoritários no Oriente Médio após 2010.

No Egito, a Al Jazeera foi expulsa em 2013, quando os militares deram um contragolpe e tiraram a Irmandade Muçulmana do poder.

A Irmandade Muçulmana foi criada no Egito, em 1928, e deu origem a vários grupos radicais, entre eles o Hamas. Hoje, a sede da organização fica na Turquia, de Recep Erdogan.

Países do Oriente Médio veem a Al Jazeera como um fator de instabilidade, pois a rede estimula os discursos mais radicais e questiona a autoridade dos governos locais.

A Al Jazeera faz isso porque foi criada como um recurso para o reino pequeno e rico do Catar projetar o seu poder em todo o mundo — e parte de sua receita é enfraquecer os demais governos do Oriente Médio.

Eles criam o terror e daí chegam e dizem que são mediadores. ‘Nós temos boas relações com eles’, dizem. Mas por que eles têm boas relações com os terroristas? O que os terroristas estão fazendo na capital do Catar há anos? Eles são os comandantes. É loucura“, disse Carmon ao Crusoé Entrevistas.

Na Arábia Saudita, até hotéis foram proibidos de veicular o canal em seus quartos.

Se Israel de fato banir a Al Jazeera, não será o primeiro país da região a fazer isso.

 

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  1. Aqui no Brasil não se leva em conta que a al jazeera está envolvida com o terrorismo. Os jornalistas , criticaram como se isso fosse censura de imprensa.

  2. Pra surpresa de ninguém a Al Jazeera é um canal de terroristas.... e esse pessoal - todo - só agora o trata ,"como se tivesse descoberto a pólvora".... vai entender..... aí tem........

    1. Canal e qualquer outro veículo de comunicação de marginais tem mesmo é que ser radicalmente eliminado, não apenas ""censurado"". Nos países civilizados "a ninguém é facultado se colocar acima da LEI" interna ou, externamente em conformidade com os tratados internacionais.

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