O que resta do poder de Trump no Partido Republicano e entre seus eleitores
18.01.21 08:54Na votação do impeachment de Donald Trump (foto) na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira,13, dez deputados republicanos se juntaram aos 222 democratas e chancelaram a acusação de “incitação à insurreição” contra o ainda presidente dos Estados Unidos. Os votos republicanos foram comemorados pelo presidente eleito Joe Biden, que disse se tratar de uma “votação bipartidária“.
Falou-se até em um racha no Partido Republicano. De fato, é possível dizer que Trump perdeu poder e prestígio entre seus pares. Na confirmação dos votos do Colégio Eleitoral, ele foi confrontado até pelo vice-presidente, Mike Pence, antes seu aliado de primeira hora. Pence se recusou a seguir as ordens de Trump e retomou a sessão após a invasão ao Capitólio por apoiadores do presidente. Na sequência, o senador Mitch McConnell condenou a confusão estimulada por Trump.
Outros números mostram, no entanto, que Trump não pode ser considerado uma carta fora do baralho na política americana. Se é verdade que dez deputados republicanos se juntaram aos democratas na votação do impeachment, outros 197 não o fizeram. Horas depois da invasão do Capitólio, dois terços dos deputados republicanos votaram contra a confirmação dos resultados dos estados no Colégio Eleitoral.
“O fato de que apenas dez republicanos votaram pelo impeachment de um presidente que instigou e encorajou uma insurreição mostra que muitos republicanos ainda se sentem atraídos por Trump e pelo que ele representa. É surpreendente que outros membros do Partido Republicano não o tenham repudiado completamente“, diz o cientista político Martin Geoffrey Cohen, professor da Universidade James Madison e especialista no Partido Republicano.
No geral, a desaprovação de Trump subiu para 60% na última semana. Mas entre os eleitores republicanos, ele ainda tem bons números — cerca de 64% dizem apoiar seu comportamento e 57% entendem que ele deveria se candidatar em 2024. Além disso, 36% se autodenominam trumpistas.
“Trump é quem dá vazão à ansiedade econômica, ao ódio, ao racismo, à misoginia e ao antissemitismo na base republicana. Enquanto essas patologias existirem na nossa sociedade, ele será a expressão humana disso. Trump certamente perdeu uma quantidade significativa de apoio, mas é chocante que não tenha perdido mais“, diz Cohen.
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Que venham novos tempos!
O Bozo de lá tá indo embora. O daqui temos que aguentar até quando? Dá pra esperar ou cai antes?
o Bozo tem de sair, é muito incompetente e insignificante!
74 milhões de pessoas votaram nele há pouco mais de 2 meses.
É impressionante como há Bolsotrumpnaristas nos EUA. Lá, como cá, más fadas há.
Está errado o cientista social quando considera o voto contra o impeachment dos republicanos. Com exceção dos bozotrumpistas de lá, uma minoria, a maioria deles condenou a ação do Trump. Eles votaram contra o impeachment, entretanto, para proteger o que resta do branding. Afinal de contas eles precisarão se reinventar muito depois de terem contribuído para quase destruir o país. O Trumpismo, tal como o Bozismo é aqui, é a válvula de escape dos seres bestiais da sociedade americana.
concordo plenamente!
Concordo Jose. Não é pelo fato de republicanos terem votado contra o impeachment que são a favor do Trump.