Edilson Rodrigues/Agência Senado

Nova ação bilionária pode tirar irmãos Batista do controle da JBS

06.12.19 17:15

Uma ação popular bilionária ajuizada na Justiça Federal do Rio de Janeiro pede a anulação da fusão dos frigoríficos Bertin e JBS, realizada em dezembro de 2009 e suspeita de ter sido fraudada pelos irmãos Joesley (foto) e Wesley Batista para ampliar a participação da família no grupo empresarial.

O pedido de liminar, caso seja deferido pelo juiz Carlos Guilherme Francovich Lugones, da 22ª Vara Federal do Rio, tira a família Batista, que hoje tem 40% das ações, do controle da maior empresa de carne do mundo e deixa o BNDESPar, com 21,3%, com a maior fatia da companhia.

A ação foi movida no mês passado pelo advogado Maurício Jorge Pereira da Mota, que defende o bloqueio de 22,56% de participação no grupo que os irmãos Batista teriam adquiridos por meio de “operação simulada” de fusão, na qual a Bertin teria sido “dolosamente superavaliada” para favorecer os interesses da família Batista. Desta forma, a participação dos irmãos Joesley e Wesley cairia para 17%.

Com base em documentos apresentados em uma ação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional contra a JBS e no contrato de gaveta fornecido pelo empresário Mário Celso Lopes à CPI do BNDES, em maio, o advogado afirma que “os irmãos Batista se locupletaram obtendo, ilicitamente, uma participação indireta na JBS correspondente a 22,56% de seu capital social, através de dois pagamentos nos valores de 10 mil dólares e 17 mil reais”. À época, a participação valia 2,9 bilhões de reais.

Na ação, o advogado pede o ressarcimento do suposto dano ao erário, causado por sonegação fiscal, e ao BNDESPar, que também tinha participação na Bertin. E defende que os irmãos Batista sejam impedidos de votar na assembleia de acionistas. Pereira Mota propõe ainda que o BNDES entre como assistente de acusação, a exemplo do que fez a Petrobras nas ações movidas por sócios minoritários no Brasil e nos Estados Unidos.

Em petição enviada no dia 26 de novembro, os irmãos Batista afirmam que “não há qualquer indício de prejuízo ao BNDESpar ou dano a órgão público” relacionado à incorporação da Bertin que permita que o processo seja tratado por meio de uma ação popular.

A defesa acrescenta que o Tribunal de Contas da União analisa a transação e que a JBS já pagou 1,7 bilhão de reais ao BNDES por outros danos confessados por Joesley e Wesley em suas respectivas delações premiadas. Os irmãos pediram ainda que o processo fosse enviado para São Paulo, mas o juiz Carlos Guilherme Francovich Lugones manteve a ação no Rio de Janeiro.

Em nota, a J&F, empresa da família Batista controladora da JBS, afirmou que “toda a transação envolvendo o Bertin seguiu os padrões de mercado e contou com suporte de renomados assessores jurídicos e financeiros” e que “trouxe ganhos para todos os acionistas”.

Ainda segundo a empresa, a ação popular ajuizada no Rio é “um movimento de um grupo conhecido de pessoas” que “tenta explorar situação plenamente superada, por meios como arbitragem e ações judiciais, para enriquecer quem jamais experimentou qualquer prejuízo”.

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  1. Ganância pura.... este foi o maior erro destes irmãos..... Não havia necessidade disto, pois já estavam ricos... triste, mas devem pagar...

  2. Era uma vez um tal de Cade cuja missão era evitar monopólios e oligopólios decorrentes da concentração de mercado. Nunca mais ouvi falar desse órgão. O Cade sumiu!

    1. Também nunca mais ouvi falar, mas... os "envolvidos" devem estar bem!!

  3. Ótimo. Estes comparsas dos petralhas Lula e Rodrigo Janot sabem de muita coisa. Devem ter fraudado muita coisa, causaram muito prejuízo a outros frigoríficos concorrentes e se promoveram à custa de muitas desgraças que causaram à outros produtores de carne. Espero q sejam presos, delatem também as maracutaias de Janot e Lula e devolvam o dinheiro roubado de nós, o povo brasileiro.

  4. São mineiros que se instalaram em Goiás, como açougueiros. Como explicar que, em tão pouco tempo, montaram um grupo empresarial diversificado (até com banco) dos maiores do mundo...,enquanto os empresários que suam a camisa no dia a dia levam muitas décadas para formar um patrimônio... quando conseguem...

    1. "Atrás de toda grande fortuna tem um crime" - Oscar Wilde. O velho pode ter sido correto, mas já está comprovado que os filhos "entraram" para a política, como "campeões nacionais" e participaram de vasta corrupção. Toda hora surge mais uma lambança deles. Gostaria de saber o que o velho pensa disso hoje em dia.

    2. Na verdade, o Sr. José Batista Sobrinho - o JBS - é um senhor muito correto "mineiro das antigas", mais conhecido em Goiás e Minas desde o começo como o Sr. "Zé Mineiro". Pessoa simples, trabalhadora, correta.... na década de 50-60, a partir de um açougue montou um negócio de frigorífico durante a construção de Brasília e trabalhou muito.....comprou muitos bois do meu saudoso pai. Ia na nossa Fazenda, em Formoso-MG, de fusquinha. Criou uma grande empresa. Nos governos petistas, os filhos........

    1. Desde o início da formação desse grupo notam-se os piores métodos. Esse é um dos campeões nacionais, tal como Odebrect, OAS, etc... Incrível; está parecendo um capitalismo estilo Al Capone, sem que Elliot Ness possa fazer qualquer coisa.

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