Mesquita em São Paulo homenageia terrorista do Hezbollah
Evento aconteceu um ano após a eliminação de Hassan Nasrallah. Terroristas já realizaram dois atentados em Buenos Aires
Um vídeo publicado nesta terça, 16, pelo Instituto de Pesquisa de Mídia no Oriente Médio (MEMRI, na sigla em inglês) mostra uma homenagem ao líder do grupo terrorista libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, que foi eliminado pelas Forças de Defesa de Israel em setembro de 2024.
A homenagem, organizada pela Associação Religiosa Beneficente Islâmica do Brasil (Arbib), aconteceu na Mesquita do Brás, em São Paulo, no dia 25 de setembro de 2025 — cerca de um ano após a eliminação de Nasrallah.
O vídeo traz um compilado de diversas falas sobre Nasrallah.
"O respeito e o limite são um caminho para o bem-estar comum. Um basta às violências deve ser levado a sério", afirma Hassan Ali Gharib, chefe da Mesquita do Brás, protestando contra a eliminação de Nasrallah.
"Glória eterna ao nosso grande líder Nasrallah", disse Jamil Murad, que já foi vereador pelo PCdoB.
"Imaginem as pessoas que foram martirizadas no caminho para Alá. Ao contrário, elas estão vivas e estão se sustentando na frente de Alá", diz o sheikh Hossein Kaliloo.
"Sayed Hassan Nasrallah é o brilho no céu do Líbano", afirma outro palestrante.
Nasrallah pregava abertamente a destruição de Israel e a morte de judeus.
O Hezbollah realizou dois atentados terroristas em Buenos Aires, na Argentina, em 1992 e 1994, que deixaram 114 mortos e centenas de feridos.
Células do Hezbollah no Brasil
O grupo terrorista está em território brasileiro faz tempo.
Um relatório produzido pelo procurador especial argentino Alberto Nisman, assassinado misteriosamente em 2015, sobre os atentados a bomba da Associação Mutual Israelita Argentina, Amia (foto), em 1994, já mostrava uma atuação do grupo na região de Foz do Iguaçu.
No dia 18 de julho de 1994, uma van Renault Traffic explodiu em frente ao prédio da Amia com entre 300 e 400 quilos de um composto de nitrato de amônio, alumínio, dinamite e nitroglicerina, deixando 85 mortos.
Antes do ataque, diversas ligações de celulares foram feitas de e para um número pré-pago de Foz do Iguaçu, registrado no nome de André Marques, mas usado por um operador do Hezbollah, o libanês Samuel Salman el Reda.
"Esse telefone foi usado para propósitos de coordenar a chegada, as operações de logística e a saída do grupo operacional que realizou a fase final do ataque à Amia", diz o relatório.
Doze extremistas com vínculos com o Hezbollah, citados por Nisman, viveram, visitaram parentes ou mantiveram negócios em Curitiba, São Paulo e Foz do Iguaçu. Quatro deles tiveram participação no atentado à Amia.
Antes da explosão, el Reda viajou para Buenos Aires para checar como estavam os preparativos. Ele retornou para o Brasil duas horas antes do ataque. As ligações para o número de Foz do Iguaçu cessaram após o atentado.
Nisman sustentava a tese de que o Irã e o Hezbollah criaram, desde 1984, uma estrutura em vários países na América Latina, espalhando células dormentes pela região. Essa estrutura, assim, poderia ser acionada quando os seus criadores desejassem atacar um país ou uma comunidade específica, como os judeus.
Foi o que aconteceu no ataque à embaixada israelense em Buenos Aires, em 1992, e na explosão da Amia, em 1994.
Em 2023, dois brasileiros foram presos, acusados de planejar ataques terroristas contra prédios da comunidade judaica no Brasil, como sinagogas, e recrutar membros para o grupo xiita Hezbollah.
O plano dos terroristas foi frustrado pela Polícia Federal, que contou com a cooperação do Mossad, a agência de inteligência israelense.
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