Marcelo Camargo/Agência Brasil

Maduro a um passo de excluir oposição na Venezuela

25.03.24 10:16

O ditador venezuelano Nicolás Maduro (na foto, com Lula) está a um passo de seguir o caminho do ditador russo Vladimir Putin e excluir a oposição das eleições, marcadas para o dia 28 de julho.

As inscrições para os candidatos da eleição presidencial venezuelana se encerram nesta segunda, 25 de março.

A oposição, contudo, não tem conseguido inscrever sua candidata, a professora de filosofia Corina Yoris.

Corina Yoris foi escolhida pela Plataforma de Unidade Democrática, PUD, depois que a ditadura prendeu sete assessores de campanha de María Corina Machado. Antes disso, María Corina foi inabilitada por quinze anos pelo Judiciário submisso a Maduro.

A ditadura também tem atrapalhado a candidatura da oposição de diversas formas.

O Conselho Nacional Eleitoral, CNE, criou uma nova metodologia, em que os candidatos obrigatoriamente devem se inscrever por uma plataforma virtual.

A oposição, após várias perseguições e ações judiciais, tem apenas dois partidos habilitados para inscrever candidatos. Mas toda vez que esses dois partidos tentam usar o site do CNE para apresentar seus candidatos, eles são bloqueados.

Nenhuma explicação oficial é dada para essas falhas no sistema.

O problema não aparece com partidos ligados ao regime, que conseguiram inscrever nove candidatos. Todos são aliados de Maduro e tiveram suas inscrições transmitidas pelo canal de televisão estatal VTV.

Maduro está criando uma oposição falsa para não ter nenhum tipo de competidor autônomo em julho“, diz o sociólogo venezuelano José Guillermo Pérez.

O método é idêntico ao usado na Rússia, onde a comissão eleitoral recusou abaixo-assinados para permitir a inscrição de candidaturas de oposição. Apenas membros da “oposição sistêmica“, servis ao ditador Putin, foram autorizados a participar da fraude eleitoral.

 

Leia também na Crusoé: Por que Putin não terá candidatos de oposição nas eleições

 

Se Maduro não permitir nenhum candidato da oposição, não haverá a menor chance de que as eleições de 28 de julho sejam limpas e justas.

No início de março, Lula afirmou, sobre as eleições na Venezuela: “O que eu posso esperar? Que haja as eleições para a gente saber se elas foram democráticas ou não. A gente não pode já começar a jogar dúvida antes de as eleições acontecerem. Porque aí começa a ter um discurso de que vai prever antecipadamente que vai ter problema. Nós temos que garantir a presunção de inocência até que haja as eleições“.

Se não forem permitidos candidatos de oposição, a tal presunção de inocência cai por terra.

Se a oposição for bloqueada, o governo brasileiro deveria rejeitar as eleições e considerá-las ilegítimas. Infelizmente, do meu ponto de vista, Lula já estabeleceu as linhas de propaganda do governo venezuelano. Ao dizer que espera que as eleições sejam reconhecidas e que as pessoas não ajam como Bolsonaro, que não aceitou o resultado, o presidente brasileiro age como se as eleições venezuelanas fossem verdadeiramente democráticas e a oposição tivesse a opção de participar“, diz Guillermo Pérez.

Assista ao podcast Latitude com Guillermo Pérez:

 

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  1. Como lulas pode apoiar UM DITADOR ASSA SSINO E PARABENIZAR OUTRO ASSA SSINO DA RUSDIA PELAS ELEIÇÕES ROUBADAS ??

  2. Aqui no Galinheiro Brazyllis é mera questão de data ... lembro que o primeiro morreu na Papuda onde estava ilegalmente preso por um ditador insano.

    1. Já está, mais nos políticos não tenho esperança ainda sonho com um patriota das F.A. pois trata-se de gente preparada como Tarcísio de Freitas

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