Reprodução

Maduro ensina a votar corretamente: “sim”, “sim”, “sim”, “sim” e “sim”

01.12.23 11:39

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), divulgou um vídeo em que simula o voto no referendo sobre anexação de 80% do território da Guiana, durante o Encontro com a Juventude em Defesa do Essequibo.

Na imagem, Maduro não lê o texto das cinco perguntas e, ao final, disse que o voto foi gerado “corretamente“. Uma câmera filma a tela da urna enquanto ele vota.

Primeiro passo para votar. Entrega do RG, checagem. Imediatamente, conferir o RG e a impressão digital. Coloco o dedo. Fui checado. Este é o sistema mais seguro do mundo. Um eleitor, um voto. Aqui estou com o meu RG e com Cilita (Cilia Flores, a primeira-dama), e aqui vamos votar. Eu já estudei as perguntas. Eu já li as perguntas, então eu vou tranquilo. Primeira pergunta: sim. Segunda pergunta, já estudei: sim. Terceira pergunta: sim. Quarta pergunta (aperta sim). E quinta e última pergunta: sim! Já aparece (o total das respostas). Aperte: votar. O voto foi gerado corretamente. Mais cômodo, mais seguro, impossível. Já votei: cinco vezes sim“, diz Maduro.

 

 

O referendo ocorre no próximo domingo, 3, quando os venezuelanos serão chamados a responder cinco perguntas nas urnas. Duas delas são especialmente preocupantes. “Você está de acordo com a criação do estado da Guiana Essequiba e que se desenvolva um plano acelerado para a atenção integral à população atual e futura desse território que inclua entre outros a entrega de cidadania e RG venezuelanos, conforme o Acordo de Genebra e o direito internacional, incorporando como consequência esse estado ao mapa do território venezuelano?“, é a quinta questão. A ideia de mudar de cidadania de uma hora para outra, naturalmente, não passa pela cabeça dos 250 mil guianenses que vivem na área reivindicada e seria uma clara violação do princípio da autodeterminação dos povos. Por óbvio, são os guianenses, e não os venezuelanos, que devem determinar o próprio futuro. Do lado brasileiro, contudo, não houve indignação alguma.

Outra pergunta busca ignorar o principal tribunal da ONU, a Corte Internacional de Justiça, CIJ, que julga países à luz do direito internacional (o Tribunal Penal Internacional, também com sede em Haia, julga indivíduos). “Você está de acordo com a posição histórica de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça para resolver a controvérsia territorial sobre a Guiana?” é a questão. A pendência com a CIJ se originou quando a Guiana acionou o tribunal após a convocação do plebiscito, para evitar problemas futuros. Uma retirada da corte, contudo, não seria viável, uma vez que o processo já está em andamento.

 

Leia mais na Crusoé em A guerra de Maduro

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. A “autodeterminação dos povos”, na visão de Lula e da esquerda CANALHA brasileira, só vale se essa autodeterminação estiver alinhada com a ideologia deles. Eu torço pra que não surja um conflito armado bem no quintal do Brasil, porque se surgir, e óbvio que Lula e seu governo de MERDA vão estar alinhados com o lado errado. E faço uma aposta: se de fato a Venezuela “tomar posse” desse território, em 10 anos, eles estarão na MERDA, como a Venezuela.

Mais notícias
Assine agora
TOPO