Foto: Gage Skidmore via Flickr

Desistência de DeSantis pode ser tiro fatal em última rival de Trump

22.01.24 12:11

Ron DeSantis (foto), que durante quase dois anos era considerado o único capaz fazer sombra a Donald Trump dentro no partido Republicano, entregou os pontos depois de perder o primeiro estado para o seu rival. Com uma campanha que já via a perda de doações e mesmo do interesse do eleitorado, não restou ao governador da Flórida dar fim a ela neste domingo, 21.

O fim da sua campanha veio como outros pré-candidatos republicanos à Casa Branca — com um apoio explícito e direto a Trump, que é o centro do partido Republicano desde as eleições de 2016. O anúncio coloca pressão também em Nikki Haley, a última concorrente relevante de Trump dentro do partido e com quem DeSantis não se bicou nos últimos meses. 

“Não podemos voltar à velha guarda republicana de outrora”, disse o governador. “Ou à  reembalagem do corporativismo aquecido que Nikki Haley representa.”

DeSantis já afirmava, pública e privadamente, não acreditar que NIkki Haley tivesse chances reais contra Trump, em uma tentativa de desidratar sua concorrente. Seu argumento principal era de que o foco da ex-governadora da Carolina do Sul e ex-embaixadora na Organização das Nações Unidas (ONU) não seria Trump, mas sim o próprio DeSantis.

A manobra do governador da Flórida ocorre menos de 48h antes da segunda primária republicana ter início em New Hampshire. Lá, Nikki Haley teria números menores e o venceria na disputa pelo segundo lugar, mas ainda ficaria cerca de 15 pontos percentuais atrás do ex-presidente.

A maneira como DeSantis abandona o páreo, assim como outros candidatos antes a ele, deve ampliar ainda mais o poderio de Donald Trump, e fragilizar um dos poucos locais onde Haley ainda tinha chance.

O retorno de Donald Trump ao holofote político americano é o tema da capa da Crusoé desta semana. Reportagem assinada por Duda Teixeira discute como, mesmo com quase uma centena de processos nas costas, ele se mantém mais poderoso do que nunca — e com chances reais de voltar à Casa Branca.

“Nem mesmo esses contratempos na Justiça foram capazes de arranhar a popularidade de Trump. Pelo contrário, eles serviram para fortalecer a ideia de que Trump é vítima de uma perseguição judicial orquestrada pelo presidente Biden”, argumenta Teixeira. “Para seus eleitores, o republicano não tem sido alvo por causa de suas ações, e sim porque é um legítimo representante do povo americano menosprezado pela elite corrupta de Washington.”

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