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Derrota peronista no Senado argentino turva futuro jurídico de Cristina Kirchner

16.11.21 15:28

Como vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner (foto) exerce também o cargo de presidente do Senado. Nos últimos três anos, ela comandou a casa e aprovou diversas leis, como a do imposto sobre grandes fortunas, proposta por seu filho Máximo, e a lei do trabalho a distância, que afetou negativamente muitas empresas pequenas e médias.

Mas muita coisa pode mudar agora que a coalizão Frente de Todos, peronista, perdeu a maioria no Senado nas eleições deste domingo, 14. O grupo terá apenas 35 das 72 cadeiras. Para aprovar novas leis, o peronismo precisará negociar com aliados.

Será um impacto importante. Esta será a primeira vez desde 1983 que o peronismo não terá quórum próprio para ter maioria no Senado. Isso significa que nessa casa, em que ela está acostumada a se manter de maneira hegemônica, Cristina passará a ter uma relação tensa e complexa com os demais senadores“, diz a cientista política Constanza Mazzina, coordenadora acadêmica da rede de pesquisadores DemoAmlat.

A relação com o poder judicial também deve mudar. Como a Justiça argentina teme os governantes de turno, muitos processos foram paralisados ou perderam velocidade após sua eleição, no final de 2019. A perspectiva de que o peronismo pode deixar a Casa Rosada daqui a dois anos pode mudar a percepção de muitos juízes e promotores.

Desde as eleições primárias de setembro, já é possível notar que o poder judicial mudou sua forma de operar nos processos contra ela e está se afastando do kirchnerismo“, diz Mazzina. “Nesse sentido, os processos de corrupção poderão avançar, algo que há um ano seria impossível.

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