Defesa do feminismo, dos livros e da maconha: as causas das 331 candidaturas coletivas
As eleições municipais de 2020 consolidaram um fenômeno que começou em 2016 e ganhou espaço em 2018: as candidaturas coletivas. Na disputa passada, duas chapas foram eleitas com a proposta de levar às Assembleias Legislativas um grupo de pessoas em vez de um único representante. Em São Paulo e em Pernambuco, coletivos conquistaram mandatos de...
As eleições municipais de 2020 consolidaram um fenômeno que começou em 2016 e ganhou espaço em 2018: as candidaturas coletivas. Na disputa passada, duas chapas foram eleitas com a proposta de levar às Assembleias Legislativas um grupo de pessoas em vez de um único representante. Em São Paulo e em Pernambuco, coletivos conquistaram mandatos de deputado estadual, ambos pelo PSol.
Este ano, há 191 candidatos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral que usam no nome de urna a palavra “coletivo”, outras 55 candidaturas com a expressão “bancada”, 13 que usam “mandato” e 72 chapas registradas com as palavras “juntos” ou “juntas”. No total, 331 candidatos a vereador usaram essas expressões no nome da urna. Em Natal, o PSol lançou uma candidatura coletiva para a disputa da Prefeitura da capital do Rio Grande do Norte (foto).
Na lista das chapas, há candidaturas de bancadas antifascistas, feministas, comunitárias, ativistas, LGBT, cidadãs, do livro, das mulheres, das humanas, da diversidade, além da bancada revolucionária. Candidato a vereador da Câmara Municipal de São Paulo, o Ganja Coletiva se autodenomina “um grupo de cannabistas que quer avançar sobre a cortina de fumaça que toma conta da política brasileira”. O coletivo pretende discutir a política de drogas do Brasil.
São Paulo tem pelo menos 17 candidaturas coletivas. Além da chapa que defende a legalização das drogas, há coletivos com bandeiras feministas e comunitárias. No Rio de Janeiro, o Cidadania lançou a candidatura da Bancada do Livro - um grupo de artistas e professores que defende pautas como educação, leitura e cultura.
Apesar de reunir principalmente políticos com bandeiras progressistas, o novo fenômeno atrai também grupos mais conservadores. Em Barra do Piraí, município do Rio de Janeiro, o Cidadania lançou a candidatura da Bancada da Família. A tendência é registrada principalmente nas capitais, mas também em cidades menores. Em Cotia, o PSol lançou a candidatura do Coletivo Ativista, um grupo de seis pessoas que quer conquistar uma vaga de vereador no município paulista.
A legislação eleitoral não prevê o lançamento de candidaturas coletivas. Por isso, as chapas desses grupos são registradas no CPF de um dos integrantes, que, caso eleito, pode compartilhar a gestão com outros representantes do coletivo. Durante a campanha, é permitido divulgar os nomes e as bandeiras de todos os que integram as candidaturas coletivas.
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Comentários (10)
Telmo
2020-09-29 12:31:24Fantástico Helena! Nós dois também poderíamos lançar uma chapa coletiva, que tal "Hasashin" fumadores de hashishe, do qual se derivou a palavra assassino. Poderia ser também "Setembro Negro" ou "Al Qaeda"!
Sérgio
2020-09-29 11:37:32Numa república banana, onde o presidente do STE permita esta anarquia psicopata, merece se tornar piada no hemisfério norte, e anarquia institucional aonde for permitida. Será este o último arroubo desvairado e inconsequente dos canhoteiros malfeitores❓Duvido.
Mauricio
2020-09-29 09:26:14Quero ver como vai ser remunerado o coletivo.
Wellington
2020-09-28 23:45:21A COVARDE É NÃO PUBLICA MENSAGENS CONTRÁRIAS AS SUAS REPORTAGENS. JÁ EXISTE UM FILTRO PARA ISSO. ACUSA DO QUE FAZES E CHINGA DO QUE ÉS
Antonio
2020-09-28 22:26:55A imagem vale mais que um milhão se palavras. Puro atraso.
Nádia
2020-09-28 21:30:10Votá em um já é uma temeridade.. votar na quadrilha já formada..? Vão ter nem o trabalho de se reunir e se organizar depois.. já entram assim prontinhos..?? Legislativo tá pedindo.. Sou contra qquer regime autoritário.. mas q temos legislativo e cortes demais.. ah temos.
Roberto
2020-09-28 21:07:11O rótulo de ignorante é posto no eleitor, pois firma-se que não sabe votar... Contudo, candidatos ao legislativo notoriamente não sabem quais as atribuições exercidas pelos cargos que pleiteiam, vez que a bandeira do candidato a vereação diz respeito aos atributos do legislativo Federal e assim vai... É um samba do "crioulo doido"... A legislação eleitoral não exigi nenhum conhecimento dos candidatos, sendo único requisito serem semialfabetizados...
Nilson
2020-09-28 18:01:55Votar na esquerda é o mesmo que querer o atraso, basta a ver a lambaça da era pré-histórica dos petralhas, arrebentaram com o país e meteram a mão na cumbuca, querem mais??? Xo esquerdalha....
LUIZ
2020-09-28 16:43:42Psol e Cidadania como grupos mais conservadores? O que a Aspira quis dizer com isso? Tendi nadica de nada.
Lauro
2020-09-28 14:46:07Se a ideia deles é confundir mais ainda nossas cabeças, conseguiram.