Reprodução/redes sociais

Capitão da Venezuela foi espancado, chicoteado e eletrocutado

03.07.19 15:33

O capitão de corveta da Venezuela, Rafael Acosta Arévalo (foto), morreu no sábado, 29, após sofrer torturas na Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), em Caracas.

Nesta quarta-feira, 3 de julho, o advogado criminalista venezuelano Zair Mundaray, que hoje vive em Bogotá, publicou no Twitter detalhes da autópsia, após entrar em contatos com profissionais da Venezuela. Arévalo teve dezesseis costelas quebradas, fratura do septo nasal, escoriações nos ombros, cotovelos, joelhos e hematomas na parte interna da coxa. Também teve lesões semelhantes a chicotadas nas costas e nas coxas, pé fraturado, múltiplas escoriações e pequenas queimaduras nos dois pés, possivelmente causadas por choques elétricos.

Mundaray foi diretor na Unidade de Criminalística do Ministério Público da Venezuela até ser obrigado a fugir do país, em 2017. “Esse tipo de tortura é a regra no DGCIM, mas Arévalo pode ter sofrido mais porque era de alta patente. Era capitão de corveta e tinha influencia sobre seus subordinados”, disse Mundaray por telefone a Crusoé. “A ditadura quer mandar uma mensagem de que, independente do grau hierárquico, qualquer um que pensar diferente do governo será punido exemplarmente.”

Para o perito brasileiro Sttefani Pinheiro Ribeiro, da Policia Civil de Roraima, as informações mostram que Arévalo sofreu bastante antes de morrer. “Casos parecidos como esse no Brasil só podem ser encontrados na literatura dos anos 1960 ou 1970”, diz Ribeiro.

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