Barros favoreceu fundação comandada por primo de ex-diretor da Saúde
Além de redirecionar contratos com suspeita de superfaturamento para um instituto do Paraná, onde tinha influência política, como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, também favoreceu com parcerias milionárias do Ministério da Saúde uma fundação que era controlada pelo primo do ex-diretor de logística da pasta...
Além de redirecionar contratos com suspeita de superfaturamento para um instituto do Paraná, onde tinha influência política, como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, também favoreceu com parcerias milionárias do Ministério da Saúde uma fundação que era controlada pelo primo do ex-diretor de logística da pasta Roberto Dias, demitido em junho após ser acusado de cobrar propina para comprar vacinas contra a Covid-19.
Relatório da Controladoria-Geral da União anexado ao inquérito da Polícia Federal que investiga possível desvio de dinheiro nas parcerias feitas na gestão do ex-ministro Ricardo Barros com laboratórios públicos e privados para a produção de medicamentos para o SUS aponta uma série de irregularidades nos contratos assinados pelo ministério com a Bahiafarma, fundação do governo baiano que era comandada por Ronaldo Dias à época.
Ronaldo Dias é primo do ex-diretor de logística do ministério indicado ao cargo pelo deputado Ricardo Barros. Roberto Dias foi exonerado após ser acusado pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti de exigir 1 dólar de propina por cada dose da vacina Astrazeneca, o que ele nega. Também é investigado pela CPI da Covid no Senado por suspeita de desvio de dinheiro na distribuição de vacinas em contrato com a empresa VTCLog.
Com o primo Ronaldo o ex-diretor teria deixado um suposto dossiê detalhando irregularidades envolvendo militares que atuaram no Ministério da Saúde. Ronaldo Dias deixou a presidência da Bahiafarma em 2019 e hoje se reveza entre casas localizadas em Portugal e na Espanha. A Crusoé, por meio de um ex-assessor, ele negou guardar qualquer dossiê feito por Roberto Dias.
Segundo a CGU, a Bahiafarma, durante a gestão de Ronaldo Dias, foi selecionada por Ricardo Barros para uma PDP, sigla para Parceria para o Desenvolvimento Produtivo, destinada à produção de insulina mesmo não tendo a melhor nota na análise técnica da pasta. Depois, vendeu 287,2 milhões de reais do produto para o ministério. Por recomendação da CGU, a parceria foi suspensa em 2019 pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta. Esse foi um dos motivos que levaram Ronaldo Dias a deixar a fundação.
"Cabe destacar que em trabalho anterior desta CGU, objeto do Relatório nº CGU 201801353, foi apontado indicativo de favorecimento da Bahiafarma nesta seleção, uma vez que, quando do desempate com outra instituição, a Bahiafarma foi aprovada na seleção, mesmo apresentando nota inferior na classificação resultante da avaliação da CTA. Isso indica que mesmo no âmbito do processo seletivo não houve isenção no julgamento, para propiciar o atendimento do pleito da Bahiafarma", sustenta o relatório.
Ainda segundo a CGU, a Bahiafarma também foi beneficiada pela gestão Barros com mais de 533,6 milhões de reais em compras de medicamentos feitas sem licitação depois que aceitou ceder algumas PDPs milionárias para o Tecpar, o instituto do Paraná onde Ricardo Barros tinha influência. À época, a mulher dele era vice-governadora do estado e o casal indicava quadros para o primeiro-escalão do instituto.
Essas parcerias feitas por Barros acabaram suspensas por decisão do Tribunal de Contas da União, por suspeita de direcionamento e superfaturamento. Os acordos foram assinados à época pelo então diretor Rodrigo Silvestre, que era funcionário do Tecpar e foi levado por Barros ao ministério para redistribuir as PDPs. Depois que o deputado deixou o ministério para concorrer a reeleição, em 2018, Silvestre voltou para o instituto do Paraná.
Ambos negam ter havido qualquer irregularidade nas PDPs e dizem que os valores acima do preço de mercado pagos pela compra de medicamentos correspondem ao custo da transferência de tecnologia do laboratório privado para o instituto público.
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Comentários (5)
Velhinha de Taubaté
2021-08-21 18:39:42Esse Senhor Barros tem cara de picareta, pinta de picareta, se mete em picaretagens... É, desconfio que deve ser um picareta.
Jose
2021-08-21 18:24:42E por falar de corrupção, olhem essa: “Após 16 anos, a Justiça Federal encerrou o processo contra o deputado federal José Guimarães (PT-CE) por suspeita envolvimento no episódio em que um assessor dele, José Adalberto Vieira, foi preso no embarque do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil escondidos na cueca e mais R$ 209 mil em uma mala de mão”. A mesma coisa acontecerá com o senador bozista encontrado com dinheiro no adrianus. Bozismo = Petralhismo!
Nelson
2021-08-21 18:19:25Pergunta para a Abin: Barros foi indicado líder do desgoverno apesar da capivara ou por causa dela? É Abrincadeira.
Humberto
2021-08-21 17:23:47O problema não é a corrupção??? É a polarização entre duas Seitas , bolsonarista x petista , aí fica estes fanáticos Acéfalos, achando que não tem corrupção, não tem inflação, não tem desemprego, que o STF é o culpado de tudo ; este filme era o desgoverno da Dilma Catavento, tudo é culpa dos outros , nada é do Bozo ???? Dia 12/07 vai só os pensionista e dependente de Milico !!! Terceira via já!!!
PAULO
2021-08-21 16:09:47Ñ sejamos ingênuos em achar que um dia acabaremos com à corrupção no Brasil. Corrupção é da natureza humana, cometidas por pessoas egoístas, que deixam de lado os interesses da sociedade, centrando nos próprios interesses mesquinhos. Dito isso, podemos combater à corrupção. Partindo do pressuposto q o Bozo ñ faz parte dos mesmos esquemas do Ricardo Barros, seria correto ele tirar o mesmo da posição de líder do governo na Câmara. O governo Bozo está apodrecido. Agora é Moro. Com Moro Podemos Mais