Reprodução/Google Maps

Anvisa vê lacunas em política de autotestes, pede esclarecimentos à Saúde e adia decisão

19.01.22 16:36

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária adiou a decisão sobre a liberação da venda de autotestes para a detecção do novo coronavírus em farmácias e drogarias.

Em reunião nesta quarta-feira, 19, o colegiado apontou lacunas nas orientações do Ministério da Saúde para o uso desse tipo de teste e, por isso, estabeleceu prazo de 15 dias para a pasta comandada por Marcelo Queiroga apresentar esclarecimentos.

Até então, não está definido, por exemplo, as medidas que devem ser adotadas pelos cidadãos se o teste der positivo, tampouco se o resultado precisa ser confirmado em laboratórios.

As falhas são tamanhas que, segundo a diretora-relatora do processo, Cristiane Rose Jourdan, após analisar a nota técnica entregue pelo ministério na semana passada, a Procuradoria da Anvisa decidiu não reconhecê-la como uma política pública, concluindo que o documento desrespeita as exigências da agência.

Ainda assim, Jourdan avaliou que a regulamentação dos testes poderia ser editada de forma excepcional e temporária, devido ao aumento exponencial de casos de Covid-19. “Essa agência entendeu que tal regulamentação pode ser editada em regime de excepcionalidade, para garantir um maior acesso da população à testagem e, consequentemente, identificar, isolar e minimizar a transmissibilidade da nova variante Ômicron, independentemente da existência de políticas públicas“, pontuou.

Os demais integrantes do colegiado, porém, discordaram. O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, afirmou que a aprovação nos atuais moldes possibilitaria o acesso da população a autotestes, mas atrapalharia o controle do Ministério da Saúde sobre o avanço da doença no país.

(Temos) preocupações quanto à compilação de dados, à transformação de dados compilados em notificação, capaz de gerar todo o tratamento estatístico necessário à melhor compreensão da evolução da pandemia, mormente em um período em que a variante Ômicron, e não mais a Delta, é a reinante“, apontou.

Há a questão dos locais onde o autoteste pode ser feito. Em uma análise rasa: nas residências. Mas somente lá? Também em farmácias? Também em outros lugares? Preocupou-nos a questão do fluxo de pacientes testados eventualmente como positivos, sintomáticos ou não, ainda tendo de recorrer a outros locais para que a sua notificação seja concluída“, emendou.

O Ministério da Saúde vê nos autotestes a possibilidade de redução da pressão sobre o sistema hospitalar. A pasta indica como público-alvo da política qualquer indivíduo, sintomático ou assintomático, independentemente de seu estado vacinal ou idade, que tenha interesse em realizar a autotestagem.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. Mesmo um leigo percebe as falhas grosseiras nas orientações do MS. Está parecendo os casos da Sputnik V e da Covaxin. Estão buscando acelerar o processo. Como os testes serão vendidos pela iniciativa privada, já deve ter gente coçando às mãos. Esse governo realmente é uma piada de mal gosto. Moro Presidente 🇧🇷

  2. As objeções da Anvisa são razoáveis.Com a palavra o MS. A pressa é inimiga da perfeição. Que tal uma consulta pública para saber se o brasileiro vai notificar o MS de que testou negativo? E se der falso-negativo, o infectado vira vetor de contaminação, como tratar isso? Com a palavra o MS e os interessados por trás desta testagem (se é que não estou errado, claro)

    1. Minha opinião é que o governo se mostrara incompetente na hora da hospitalização dos que testarem positivo será o que já vimos antes falta de leitos de hospitais de médicos enfermeiros será uma reprise do que já vimos. Será mais simples que cada um teste como quizer

Mais notícias
Assine agora
TOPO