Foto: Gustavo Magalhães/MRE via Flickr

Além do Mercosul-UE, bloco mira outros dois acordos

22.10.23 10:55

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria. Comércio Exterior e Serviços, comandado por Geraldo Alckmin, abriu nesta semana consultas públicas sobre “eventuais negociações comerciais” entre o Mercosul e os Emirados Árabes Unidos e a Índia. As manifestações, que podem ser enviadas pelos próximos 60 dias, devem guiar as negociações do bloco com os dois países.

O Brasil tem, durante o segundo semestre deste ano, a presidência do bloco, que ainda conta com Paraguai, Uruguai e a Argentina. É premissa da presidência do bloco dar andamento a processos de negociação com parceiros do bloco.

Apesar disso, o investimento e o interesse no bloco, oficialmente fundado em 1991, vem diminuindo ao longo dos anos— seja por desinteresse do Brasil ou da Argentina, seus principais membros.

A eleição neste domingo na Argentina é também um teste de fogo para as nações do cone sul, já que Javier Milei, o candidato libertário que aparece como um dos favoritos à eleição, sugeriu retirar o país do bloco. Na prática, tal desembarque é improvável (ele precisa de uma decisão do Parlamento, que não apenas não se renova totalmente neste ano, como não deve embarcar em uma aventura desse porte). “O que pode acontecer é um desinvestimento em avanços no Mercosul, a novas propostas de integração regional”, explicou Janina Onuki, professora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP).

Apesar disso, apenas a existência de um governo Milei já coloca o Mercosul em ameaça de vida. “O problema do Mercosul não é uma saída da Argentina”, afirmou Belen Amadeo, cientista política da Universidade de Buenos Aires. “O problema é a Argentina conseguir se dolarizar, como quer o Milei, e ainda sim permanecer no Mercosul”. Só isso já seria derrota diplomática suficiente ao governo de Lula, que se elegeu buscando retomar um suposto papel de liderança global do país.

Leia mais na CRUSOÉ: Como a vitória de Milei impacta o governo Lula

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