Adriano Machado/Crusoé

‘A saída fácil é furar o teto. Nós não faremos isso’, diz Guedes

18.11.20 19:33

O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), reafirmou nesta quarta-feira, 18, que o governo federal não pretende desrespeitar o teto de gastos públicos na busca pela retomada do crescimento no pós-pandemia. “A saída fácil é furar o teto. Nós não faremos isso. Seria uma irresponsabilidade com as futuras gerações”, declarou.

“Isso é uma saída fácil para os contemporâneos, aparentemente, por seis meses, por um ano. Logo depois, a situação se complica, o desequilíbrio volta e se exacerba, os juros sobem, o governo tem que aumentar os impostos de novo e nós entramos no mesmo caminho de estagnação que ocorreu conosco ao longo desses últimos 40 anos”, completou.

Imposto pela emenda constitucional 95, promulgada em 2016, o teto de gastos vale por 20 anos e prevê que as despesas da União não podem crescer acima da inflação do ano anterior. Ao discursar na premiação virtual “Melhores e Maiores 2020”, da Revista Exame, o chefe da equipe econômica alegou que o limite precisará ser respeitado, “enquanto não tivermos coragem de conter o piso”.

Enquanto o Brasil não tiver a coragem de enfrentar esse problema de indexação automática de despesas, em que a classe política não controla 96% dos orçamentos, não podemos sonhar em abrir mão dessa bandeira do teto”, disse. “Isso é uma questão de merecimento”, emendou.

Guedes é um assíduo defensor do teto de gastos, o que lhe rendeu embates com outros integrantes da Esplanada dos Ministérios, como o titular da pasta de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, um dos principais “inauguradores de obras” do governo federal.

Em 2 de novembro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chegou a observar que o ministro da Economia está “quase que sozinho, isolado, na defesa das regras atuais”.

“O desemprego está batendo recorde, a inflação está voltando com força e não me parece que ela vai dar trégua no curto prazo e o orçamento público do próximo ano é uma incógnita. A gente não sabe o que o governo quer e o que o governo vai propor. De alguma forma, o ministro Paulo Guedes está quase que sozinho, isolado, na defesa do governo, da necessidade de se encontrar caminhos respeitando as regras atuais, começando pelo teto de gastos. Hoje não é mais uma questão do que a Câmara pretende fazer. É o que nós podemos fazer em conjunto, Executivo e Legislativo”, disse o deputado durante entrevista ao vivo ao jornal Valor Econômico.

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  1. Se o congresso autorizar furar o teto, acabou definitivamente pro Brasil. Será como o poder total dado a Hitler, nos anos 30 do século XX. Só que agora pra famiglia Bolsonaro e seus mentores no Centrão. Salve nos desse tombo, São Benedito.

  2. Chama o Queiroz que ele resolve e sem furar o teto. Queiroz para Ministro da Fazenda, Sara Winter para Direitos Humanos, Olavo de Carvalho para Relações Exteriores e Fordelis para Justiça. Viva o nosso líder maior e canastrão Bozofascista, Miliciano & Rachadinha!

  3. Parabéns ao ministro pela sua competência e coragem na defesa dos verdadeiros interesses da sociedade brasileira. Quanto ao presidente da Câmara, fala sério: porta-voz de tudo que é mais sórdido na política. Sempre pronto a sentar no próprio rabo e ladrar contra quem sabe e quer tocar uma agenda positiva para o país.

  4. A verdade é que Paulo Guedes perdeu a credibilidade. Depois de várias declarações dúbias, idas e vindas, hoje ele é uma espécie de bobo da corte do sociopata messiânico. Quando ele fala eu vou fazer cocô.

  5. Acho muito interessante o seu Maia, porque ele fica aí falando que o ministro da economia esta isolado e coisa e tal, mas quem deve fiscalizar e aprovar o orçamento da uniao é exatamente o congresso do qual ele é presidente. Se ele fizer o trabalho dele entao o JB nao serpa tao besta de furar o teto sabendo que pode ser retirado do poder por isso, mas acho que Maia nao tem a metade do peito que Cunha teve para enquadrar Dilma, nisto aquele fulaninho até que faz falta, ao menos ele teve coragem

    1. Que salada, hein Rizia? Risível ! O Maia é presidente da câmara, não do congresso.. Um besteirol completo...

  6. É evidentemente um pensamento lógico. Mas uma perguntinha simples ñ quer calar: porque ñ cortar os *custos* dessa máquina administrativa mastodôntica, inchada de propinodutos, de apadrinhados, de recursos mal versados, de verbas jogadas fora nas patas dos ladrões-centrões, de "rachidões" de todo gênero, de parasitas de lagostas e de fantasmas remunerados??? Outros países, como os escandinavos conseguem, pq não o nosso??? Claro, sabemos as respostas do desgoverno mas, é irresistível perguntar!!!!

  7. O ministro Rogério Marinho está se aproveitando do momento gastando dinheiro e querendo "furar o teto de gastos" com obras para vir forte como governador em 2022. quando conseguir, vai largar o bolsonaro na mão.

  8. Parabéns Paulo Guedes pela coragem de enfrentar esse modelo falido que durante anos endividou nosso país e comprometeu nosso hoje presente e futuro. Por favor continue não ouvindo essa classe política que sempre pensou só nela.

  9. Economia não é simplesmente política e sim um ato de prestigiar os cidadãos hoje e para o futuro. Enxergar à frente, é administrar com responsabilidade o conjunto de decisões q implicam em regular gastos e fazer com q o País siga em frente sem as mazelas dos políticos (câmara e senado).

  10. Com a credibilidade baixa e com a fuga dos investidores, se o governo furar o teto a economia, que já é ruim, despencará de vez! Simples assim!

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