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    Edição Semana 388

    Superando o terror

    Como a sociedade israelense reagiu aos ataques terroristas de 7 de outubro, e o que isso diz Israel e o Ocidente

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    Felipe Moura Brasil
    avatar
    Rodolfo Borges
    11 minutos de leitura 07.10.2025 00:01 comentários 0
    Arte: Crusoé
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    Num mundo são, a reação abnegada e corajosa dos cidadãos israelenses às atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 seria celebrada como símbolo das virtudes de Israel, diz Douglas Murray em On Democracies and Death Cults (Broadside Books).

    O que o jornalista inglês conta em seu livro sobre a reação do Ocidente ao maior massacre de judeus desde o Holocausto, cujo subtítulo é "Israel e o futuro da civilização", sugere que falta sanidade para entender o que aconteceu naquele dia e os impactos dos atos de terrorismo que os membros do Hamas fizeram questão de registrar e, em alguns casos, transmitir ao vivo enquanto os cometiam.

    Murray destaca, entre tantas maldades que foram cometidas e gravadas pelos próprios terroristas, a postagem de uma live no Facebook que transmitiu a morte de Bracha Levinson, de 74 anos, no perfil da própria vítima, uma das 1.200 pessoas covardemente assassinadas naqueles ataques.

    Ocidente

    Esse tipo de procedimento macabro dificultou, mas não chegou a inibir apologistas da Palestina ou críticos do Estado de Israel de tentar botar em dúvida o que ocorreu durante os ataques que completam dois anos nesta terça-feira.

    A "causa palestina" virou um símbolo mundial da luta do fraco contra o forte, na lógica pós-marxista de dinâmicas sociais de poder, que abastece as patéticas flotilhas de militantes de esquerda de todo o mundo rumo à Faixa de Gaza em busca de algum sentido para suas vidas (Catarina Rochamonte desenvolve com mais profundidade esse assunto em Islamoesquerdismo, decolonização e a desordem moral do Ocidente).

    Israel, que surgiu como um refúgio para um povo historicamente perseguido e, na origem, contava com o apoio de quem pensa dessa forma, resistiu de maneira tão categórica às tentativas de varrê-lo do mapa que acabou ganhando o status de opressor.

    Mentiras

    Nessa lógica torta da luta ideológica, tudo o que o oprimido faz em nome da alegada defesa própria é permitido e perdoado, o que obviamente serve de incentivo para a prática das maiores atrocidades — já tinha ocorrido durante o regime nazista na Alemanha.

    É por isso que parte da imprensa mundial teve de se corrigir ou pedir desculpas diversas vezes ao longo do conflito desencadeado pela reação militar israelense ao 7 de outubro, por referendar as mentiras contadas pelos terroristas por meio do famigerado "Ministério da Saúde de Gaza".

    O Antagonista e Crusoé foram duas das únicas exceções no Brasil, pois trataram o Hamas com a desconfiança que o grupo merece, sem reproduzir números sobre mortos que não pudessem ser checados ou alegadas violações de direitos humanos que acabaram se provando invenções.

    "O problema é que um lado quer uma solução de dois Estados. Um lado nunca quis e ainda não quer. Um lado usa o terrorismo para atingir seus objetivos. Um lado retalia contra o terrorismo. Um lado é acusado de genocídio, mas não o faz. O outro lado realmente adoraria fazer isso. As pessoas continuam dizendo que Israel tem o direito de se defender. E, em seguida, quando Israel faz isso, elas se opõem”, resumiu o apresentador americano Bill Maher, umas das personalidades que têm ajudado a esclarecer uma questão que não é tão nebulosa assim (leia mais em 5 respostas marcantes sobre Israel e terror).

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    Desgaste

    A verdade não foi o bastante, contudo, para evitar o desgaste internacional de Israel desde 2023. Esse desgaste é consequência direta da estratégia do Hamas, esse "culto à morte", como descreve Murray. Ainda hoje, os terroristas usam os civis para se proteger dos inimigos (leia mais em Reféns do Hamas), enquanto seguem atacando deliberadamente os civis de Israel com mísseis.

    "As operações das FDI são conduzidas com o objetivo de defesa: impedir ataques terroristas, proteger a população e libertar reféns. Esta guerra não é travada contra o povo palestino, mas sim contra o grupo terrorista Hamas", esclarece o major Rafael Rozenszajn, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI) nascido no Brasil, em entrevista a Crusoé sobre os dois anos de combate.

    Nem todo mundo enxerga assim, entre eles os membros do governo Lula (quem quiser entender melhor pode buscar referências em Dicas de filmes e livros sobre o terror de 7 de outubro).

    As autoridades do Executivo brasileiro não demonstraram tanto apreço brasileiros vítimas do Hamas — Ranani Nidejelski Glazer, Bruna Valeanu e Karla Stelzer Mendes foram mortos no dia do atentado terrorista, e Michel Nisenbaum foi tomado como refém e morto depois. Os sobreviventes que conseguiram retornar ao Brasil não foram tão bem tratados quanto os refugiados palestinos.

    "Há uma falta de entendimento por parte da sociedade de maneira geral", lamenta Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), destacando que o governo petista preferiu seguir "um desejo de afirmação de liderança política no Sul Global" ao se posicionar.

    "China, Índia ou Rússia não protagonizaram tanta voz contrária em relação ao Estado de Israel como o Brasil fez", analisa Lottenberg, que enxerga um aumento do antissemitismo no Brasil como consequência da forma oportunista como o governo Lula se posicionou no conflito.

    Reféns

    As FDI conseguiram resgatar alguns dos reféns em operações especiais na Faixa de Gaza, onde o Hamas construiu um sistema de túneis maior do que a rede de metrô de Londres, usando os recursos que deveriam ter sido usados para proporcionar uma vida melhor para os palestinos.

    O resultado disso foi a destruição de boa parte da infraestrutura de Gaza durante a reação israelense, pois os terroristas do Hamas não apenas se escondem atrás de civis, como montaram seu aparato bélico dentro de hospitais e escolas, entre outras construções não militares, com uma predileção especial por colocar o acesso a seus túneis em quartos de crianças, muitas vezes debaixo de berços.

    Além dos reféns israelenses resgatados, outros voltaram para casa como resultado de negociações para troca por terroristas detidos em Israel. Mas ainda estão em posse do Hamas 20 reféns vivos e os corpos de outras 27 vítimas dos 251 sequestrados há dois anos.

    O grupo terrorista demonstrou interesse de discutir o plano de paz apresentado pelo presidente americano Donald Trump, que envolveria a soltura dos últimos reféns, num momento no qual o Hamas passa pelo seu período de maior fraqueza em anos (leia mais em Hamas em colapso e em A guerra dos clãs de Gaza contra o Hamas).

    "A aceitação do plano implica no reconhecimento pelo Hamas de que o ataque foi um erro, que custou um enorme preço, tanto para a população quanto para a organização. Eles estariam abrindo mão do controle de Gaza e da maior parte de seu armamento, em troca da libertação de milhares de prisioneiros palestinos, entre eles vários de facções rivais que representariam uma barreira ao Hamas em futuras eleições", analisa Samuel Feldberg diretor acadêmico da StandWithUs Brasil, em Dogmatismo jihadista ou Realpolitik?, no qual se diz pessimista (ou "otimista com experiência").

    Anos desafiadores

    O fim do conflito militar é apenas parte da tentativa dos israelenses — e também dos judeus — de superar o terror iniciado em 7 de outubro de 2023.

    "Vivo em Tel Aviv há pouco mais de cinco anos e confesso que os últimos dois anos foram um tanto desafiadores. Lidar com emoções, sentimentos e até a energia de um país em guerra...", relatou a Crusoé Talita Khalifeh, uma brasileira nascida em São Paulo que trabalha como gerente de contas.

    Ela chama atenção para o fato de que os ataques ao território israelense seguem ocorrendo, de que é preciso buscar os bunkers quando mísseis são lançados de Gaza e do Iêmen, sob o comando do Irã, e que há o risco permanente de "'lobos solitários' que atiram e atropelam em pontos onde há reunião de pessoas quase todas as semanas".

    "Conviver com a coragem, a força e a resiliência do povo israelense me fortalece, apesar de todo o ódio e do antissemitismo que avassalam o mundo, muito disso consequência da desinformação — tanto pelo desconhecimento histórico como pela forma unilateral que grande parte da mídia mostra os fatos", lamentou, completando:

    "Nós não começamos essa guerra e tudo o que queremos para que ela termine são os nossos sequestrados de volta e o desarmamento do grupo terrorista Hamas. Mas, depois de muitas tentativas de acordo, vemos que quem não tem interesse do fim é o próprio Hamas, que coloca seu povo em segundo plano pelo ideal do fim do Estado de Israel."

    Judeus

    Os impactos do terror do 7 de outubro reverberam para além da fronteira israelense. O jornalista Caio Blinder, que ficou mais famoso por compor a bancada do Manhattan Connection, conta que participou de uma reunião com familiares em São Paulo no último fim de semana.

    "Família em grande escala ainda judaica, plural e argumentativa", descreveu Blinder, cujo "sentimento tribal como judeu se acirrou desde o 7 de outubro", mas não foi o bastante para fazê-lo se "sentir perto" do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu "e sua claque".

    "Temos de tudo, de bolsonaristas a comunistas. A nossa espinha dorsal é um sionismo liberal, inspirado pela vertente mais à esquerda do pai fundador David Ben Gurion. Nossa nostalgia é temperada pelo sabor amargo da realidade e o desmanche do paradigma de trocar território pela paz, capitaneado por líderes históricos de Israel como Begin, Rabin e Sharon", descreveu, acrescentando:

    "Eu, meus tios e primos nos sentimos traídos pelo fanatismo jihadista (e também pelo fanatismo de nossa banda messiânica e supremacista), estamos aflitos com o isolamento internacional de Israel e caímos na real com a resiliência do antissemtismo. Nos sentimos traídos pela esquerda em termos genéricos e, mais na carne, pela brasileira. Nos sentimos órfãos, embora aconchegados pela família."

    "Não esquecemos nossos mortos"

    Para Ricardo Kertzman, colunista de Crusoé, "o que aconteceu em 7 de outubro de 2023 permanecerá irremediavelmente aberto, em carne viva, e não porque queremos, mas porque precisamos".

    "Ao enterrá-los, não esquecemos nossos mortos. Nós os carregamos em nossas memórias, em nossas homenagens, em nossas orações e em nossos corações. Choramos pelos que se foram e lutamos por quem ficou. Assim prevaleceremos", constata (leia mais em Uma ferida incurável).

    No livro em que contrasta a celebração da vida pelos israelenses com a celebração da morte pelo Hamas, Murray registra sua supresa ao ver os jovens que participam dos esforços para identificar os corpos, muitos deles carbonizados, das vítimas do 7 de outubro.

    O que importa

    Enquanto um terço dos britânicos de 18 a 40 anos disse, em pesquisa de 2024, que se recusaria a servir o exército de seu país em uma guerra mundial, o jornalista inglês presenciou jovens de 19 anos ajudando a coletar dentes e ossos em uma ambulância alvo do ataque de 2023.

    O que ele constatou ao falar com elas serve de indicação sobre o futuro de Israel:

    "Elas não estavam gostando da tarefa, mas a realizavam de forma positiva, sabendo que estavam fazendo a diferença e cientes de que era uma honra desempenhar seu papel (...) Essas meninas tinham a mesma idade de um estudante universitário nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha. Elas tinham a mesma idade de pessoas no Ocidente que são tratadas ou frequentemente agem como crianças. Mas essas israelenses não eram crianças, eram jovens mulheres, jovens soldados. E me ocorreu, não pela primeira vez, que essas mulheres já tinham visto e passado por mais em suas vidas do que suas contemporâneas no Ocidente passariam até a morte. Mas isso não era uma maldição para essas jovens; era uma bênção saber algo sobre a vida desde o início e saber o que importa desde o início da jornada."

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