Como jovens chineses têm protestado contra as condições de trabalho
Com a pandemia de coronavírus, o número de greves na China diminuiu, assim como no resto do mundo. Ao mesmo tempo, ocorreu uma mudança no perfil dos protestos. Muitos dos que estão reclamando nas ruas e nas redes sociais agora não têm contrato fixo. São principalmente motoristas autônomos e entregadores de comida. No final de...
Com a pandemia de coronavírus, o número de greves na China diminuiu, assim como no resto do mundo. Ao mesmo tempo, ocorreu uma mudança no perfil dos protestos. Muitos dos que estão reclamando nas ruas e nas redes sociais agora não têm contrato fixo. São principalmente motoristas autônomos e entregadores de comida.
No final de maio, entregadores da cidade de Weinan, ao norte do país, queimaram os uniformes da empresa para a qual trabalhavam e postaram as imagens nas redes sociais (foto). Eles reclamavam de ter de usar o próprio veículo, de pagar o próprio seguro e de ainda ter de receber avaliações dos clientes.
"Esse tem sido um período muito difícil para arrumar emprego, então muitos chineses que foram demitidos das fábricas estão trabalhando em firmas de entrega, onde há grande competição entre elas e as condições são precárias. Muitos estão reclamando de serem explorados", diz Aidan Chau, pesquisador da organização China Labour Bulletin, que fica em Hong Kong e acompanha as greves na China.
A insatisfação com as condições de trabalho levou ainda a outro movimento social. Muitos jovens de classe média têm convocado os demais a simplesmente "ficarem deitados". Eles defendem que trabalhar várias horas por dia não vale a pena e que o melhor é não sair de casa. O objetivo é ganhar apenas o suficiente para sobreviver, sem buscar melhorar de vida ou subir na hierarquia social.
"Muitos jovens chineses não têm mais aquela ideia de que eles precisam se sacrificar. É uma mentalidade diferente da que havia há vinte anos, quando as pessoas estavam saindo do campo e estavam dispostas a trabalhar arduamente, mesmo em condições precárias", diz Chau. "Os adolescentes não aceitam trabalhar nas mesmas condições de seus pais."
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Comentários (2)
Waldemar
2021-06-21 08:24:46Fiquei curioso. As greves na China não levantam vozes costumeiras daqui da Crusoe.Será que é por negacionismo de que o governo centralizador de partido único comunista trata o desemprego e o sub-emprego da mesma forma que as democracias liberais, com alternância no poder pelo voto direto? O assunto China não é trivial, mesmo para quem esteve lá pessoalmente para estudar. Imagine aqueles que ouviram falar apenas.Com a palavra a esquerda brasileira
PAULO
2021-06-19 19:15:121- Esta matéria me fez lembrar de mim, há alguns anos atrás. Diante da corrupção sistêmica implantada no Brasil pelo PT lulista, eu deixei a minha posição de gerente de vendas numa empresa, tirei um período sabático, diminui o meu padrão de vida, e desde então, levo uma vida simples. É questão de inteligência. Qual a perspicácia em trabalhar duro, sacrificar tempo de vida, para em última análise, alimentar parasitas. Antes os petistas, agora os bolsonaristas.