Darko Hunter: “As primeiras horas são as mais importantes para localizar desaparecidos”

Diretor da divisão de desaparecidos da Prefeitura de São Paulo explica como é seu trabalho, em uma cidade onde quase uma pessoa desaparece por hora
20.07.23

Darko Hunter adotou para si um nome de super-herói e uma missão digna de tal: desde 2014, o chefe da divisão de desaparecidos da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo é o responsável por ajudar a encontrar pessoas que somem na maior cidade do país.

Todos os dias, no município de 12 milhões de habitantes, 20 pessoas perdem o contato com parentes, colegas de trabalho e amigos, abrindo uma nuvem de angústia sobre todo um círculo de convivência. Um esforço que, diariamente, Crusoé e O Antagonista buscam ajudar a sanar.

Nesta entrevista, gravada no início de julho, Hunter conta um pouco da sua rotina como investigador, as quatro frentes de trabalho centralizadas em sua ação e como a busca por pessoas passa por obstáculos burocráticos e mesmo particulares. Seu trabalho vai além de acessar sistemas, ligar pontas soltas, juntar pistas. Às vezes, quando está chovendo, tem uma senhorinha que sempre liga aqui, para saber se seu neto foi encontrado, se ele está tomando chuva”, comenta. É um luto que não pode ser fechado, ele resume.

Apesar de muitos casos serem de desaparecimentos involuntários (quando a pessoa desaparece contra sua vontade), há casos em que o sumiço é para escapar de ambientes familiares conflituosos ou mesmo violentos. Ao ser localizada, essa pessoa tem o direito a evitar o contato com quem ela deixou para trás.

No entanto, explica o investigador, rapidez e riqueza de detalhes são as principais armas para se encontrar uma pessoa. “As primeiras horas são as mais importantes para localizar desaparecidos”, explica. Ao final, o investigador indica o que se pode fazer quando uma pessoa próxima some dos radares.

Assista ao vídeo:

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  1. Gostei muito dessa entrevista. Poderiam haver mais sobre esses temas que são relevantes para a população e, que acabam trazendo mais informações na hora de escolher melhores políticas públicas. Muitos políticos não populistas gostariam de mudar essas realidades, mas encontram populistas que só falam de escolas, hospitais e alimentação, mas desconhecem problemas que podem, se resolvidos, reduzir a necessidades de maiores investimentos. Parabéns. Espero que outros leitores concordem comigo.

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