Reprodução/InstagramAntony: as polícias de São Paulo e Manchester investigam denúncias de sua ex-namorada

Tragédias da vida pública

A seleção brasileira perdeu dois convocados por problemas com a Justiça, e há muito mais jogadores encrencados
08.09.23

Antony foi cortado da seleção brasileira. As polícias de São Paulo e Manchester investigam denúncias de sua ex-namorada, que o acusa de violência doméstica, agressão e lesão corporal. É uma história que se tornou comum no futebol brasileiro, entre outras tragédias privadas que vêm a público pela notoriedade dos jogadores. Para mencionar alguns casos recentes, o São Paulo rescindiu o contrato de Pedrinho em abril após se tornarem públicas ameaças de morte do atacante à ex-namorada, que também o acusa de agressão — hoje, ele joga pelo América-MG. O mesmo tricolor paulista suspendeu o contrato do goleiro Jean em 2020, após ele ser preso nos Estados Unidos, por bater na mulher — hoje o arqueiro defende o paraguaio Cerro Porteño.

O caso recente mais emblemático é o de Daniel Alves, preso desde janeiro pelas autoridades espanholas sob a acusação de agressão sexual. Já o atacante Robinho ainda não foi encarcerado, mas a justiça italiana o condenou a nove anos de prisão por estupro e há a possibilidade de que ele seja obrigado a cumprir a pena no Brasil. As histórias são tantas que é de se imaginar que sempre existiram, só que agora estão detalhadamente registradas em trocas de mensagens, quando não em vídeo ou áudio, ao dispor das autoridades judiciais.

Há casos menos graves de confusões da intimidade dos jogadores brasileiros, mas cada história movimenta a seu modo o noticiário policial. O goleiro Everson, do Atlético-MG, procurou a polícia de Minas Gerais para denunciar uma tentativa de extorsão de uma mulher que ameaçava revelar vídeos íntimos à esposa do jogador. Entre os bens apreendidos pelos policiais na casa da suspeita estavam dois aparelhos celulares e uma camisa do goleiro do Atlético-MG autografada.

Esse último detalhe é digno de Comédias da Vida Privada (Objetiva), de Luís Fernando Veríssimo, e serve de deixa para algum alívio cômico neste artigo. É o mundo do marido do dr. Pompeu, que largou a mulher após 25 anos de casamento para virar “do lar”; de Cicinha, que confessou ao marido Almiro gostar de Carlos Lacerda 40 anos depois de iniciada a relação; do motel Discretissimu’s e de Vilson, cuja pulada de cerca foi punida pela lembrança eterna da inesquecível Regininha.

É o mundo também do zagueiro Éder Militão, cuja vida virou um livro, ou melhor, um perfil de Instagram aberto após o relacionamento com a influenciadora Karoline Lima. O casal se separou após um ano de relacionamento, pouco antes do nascimento da filha, Cecília, e em meio a um processo judicial no qual o jogador do Real Madrid e da seleção brasileira acusava a mulher de difamá-lo nas redes sociais. Karoline, que tem 5 milhões de seguidores no Instagram, sofreu aos olhos da nação enquanto aguardava a chegada da filha, sozinha, em Madri, e Militão frequentava “as melhores baladas de Miami”, segundo ela própria descreveu — e depois apagou. Em dezembro, ela disse que foi traída enquanto estava grávida.

No início deste ano, os dois se reaproximaram. O jogador retirou os processos contra a ex-namorada, os dois se entenderam sobre a pensão da filha e apareceram interagindo em registros virtuais, alimentando especulações de que teriam reatado. A médium Lene Sensitiva previu que os casal vai retomar o relacionamento e que nascerá um “Militão Jr.”, que daria um belo título para uma crônica de Veríssimo. Outros dois bons títulos seriam “Agora é esperar no senhor” e “A aposta de Paquetá”, uma versão inglesa da Operação Penalidade Máxima, que revelou o envolvimento de dezenas de jogadores com esquema de apostas esportivas no Brasil.

Antes de Antony, Lucas Paquetá foi desconvocado da seleção por suspeita de envolvimento em manipulação de resultados de partidas. O meio-campista brasileiro é investigado pela Federação Inglesa por apostas feitas em Duque de Caxias (RJ) no site da Betway, que patrocina o West Ham, seu clube. Apostas feitas por contas criadas no mesmo dia previam que Paquetá e Luiz Henrique, jogador do Real Betis, da Espanha, seriam advertidos com cartão amarelo em suas respectivas partidas. Os dois de fato foram punidos pelos árbitros em campo. As suspeitas fizeram Paquetá perder a convocação e ficar mais longe do poderoso Manchester City, que recuou das negociações para contratá-lo, enquanto Luiz Henrique perdeu a vaga na seleção sub-23.

Já a crônica “Agora é esperar no senhor” seria protagonizada por Willian Bigode. Ao menos dois jogadores o acionam na Justiça para tentar recuperar o investimento feito em criptomoedas sob aconselhamento do atacante do Athletico Paranaense. Nesta semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a penhora de 30% do salário de Willian, a pedido do lateral palmeirense Mayke, que tenta reaver R$ 4 milhões do investimento perdido na empresa Xland.

O meia Gustavo Scarpa, atualmente no Olympiacos, da Grécia, ainda não teve a mesma sorte em seus pedidos judiciais de ressarcimento. Foi um diálogo entre ele e Willian, seu antigo companheiro de Palmeiras, que celebrizou o caso. “Scarpinha, agora não tem nem mais questão de confiança, irmão. Questão que agora é orar. Fazer o que eu sei. Agora é esperar no senhor”, diz Willian, em resposta às mensagens desesperadas do antigo amigo, que lhe cobrava explicações sobre o dinheiro perdido.

Em Pijama de seda, Veríssimo conta a história de Délio, que “era tão mau caráter que enternecia as pessoas”. “Diziam ‘flor de cafajeste’ como se dissessem ‘Figuraça’. E brincavam com ele: ‘Délio, é verdade que você venderia a própria mãe?’”. Délio respondia, com modéstia: “O que é isso…

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  1. Jogador de futebol é humano como outro qualquer. Irem de gafes a crimes é normal e concordo que seus clubes os punam/afastem junto com o andamento dos processos legais

  2. Penso que a maioria desses jogadores vem de famílias pobres, desestruturadas. Esses atletas já viveram todas desgraças na sua infância e adolescência. O problema é que ficam famosos, ganham dinheiro, mas suas formação ainda reproduz os comportamentos já vividos no passado. São atletas sem estudo, sem educação, sem valores. Quando enriquecem não sabem o que fazer com o dinheiro. Querem viver seus sonhos sem conhecer as consequências. São burros e caem em conversa mole.

  3. Será que eles são atletas do futebol ou outra profissão que desconheço? Em outras modalidades esportivas também encontramos casos semelhantes, mas está ficando mais longe do Atleta de alto nível.

  4. Me recordo da confusão protagonizada pelo Neymar, quando importou uma modelo de catálogo pra Paris e a mulher tentou armar pra cima dele. A grana desses jogadores atrai pilantras de toda espécie

    1. Clayton, penso que por terem muita grana esses pilantras como Neymar, acham que nada pode lhes acontecer. E encontram pilantras como eles pelo caminho….

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