Brasil registra 200 novos desaparecidos por dia

Talita Nascimento, pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que um cadastro nacional de desaparecidos com mais detalhes ajudaria a encontrar pessoas
08.09.23

Pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), Talita Nascimento é uma das autoras do Mapa dos Desaparecidos, publicação do Fórum que norteia o esforço de O Antagonista e Crusoé a ajudar nas buscas por pessoas que somem repentinamente, por vontade própria ou não. Segundo o relatório da entidade, mais de 200 mil pessoas estão desaparecidas no Brasil, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Para Talita, o poder público falha ao não garantir melhores políticas de cadastro e identificação de pessoas nesta situação. “A União tem toda a capacidade de fazer um cadastro nacional de desaparecidos. Não é uma coisa impossível de ser feita”, afirma a pesquisadora. “O que a gente precisa é que os registros sejam bem detalhados e que possam ser passíveis de cruzamento”. Segundo ela, apenas o Distrito Federal —que concentra a maior média de desaparecidos do país— tem tal cuidado nos dados.

A pesquisadora defende que políticas integradas de ação devem ir além da área de segurança pública. “Não é uma questão só da segurança pública. Há uma falta de diálogo entre os diferentes entes. Quando falamos de desaparecimentos, não vemos uma comunicação da segurança com Saúde e Educação. Mesmo que na lei mais recente as escolas sejam obrigadas a reportar e hospitais devam comunicar quando chega um corpo de desconhecido, ainda se vê que é uma comunicação muito difícil”, diz Talita.

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