Eliziane Gama: “Temos de ouvir os militares”

Relatora da CPMI do 8 de janeiro acredita que é preciso investigar se oficiais foram cúmplices nos ataques aos Três Poderes
01.09.23

Às vésperas da marca de 100 dias da instalação da CPMI que investiga os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) crava duas conclusões: a de que a instalação da comissão é um tiro no pé da oposição e de que, apesar do tensionamento das relações, é necessário convocar a alta cúpula do Exército para depor sobre o apoio aos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

A maranhense de 46 anos, que ganhou destaque na CPI da Covid-19 em 2021, e foi líder da bancada feminina do Senado em 2022, afirmou que é preciso inquirir os generais que tinham poder de mando e ocupavam cargos estratégicos dentro das Forças Armadas, que permitiram que o embrião da tentativa de golpe germinasse nos acampamentos em frente aos quartéis-generais pelo Brasil.

Temos de ouvir os militares. O 8 de janeiro não ocorreu só nas ruas, ocorreu no espaço físico, no entorno do Exército Brasileiro. No Brasil inteiro, na frente dos quartéis, tinha um acampamento. Não se pode dizer que não havia cumplicidade de membros das Forças Armadas. Se não houvesse a cumplicidade, não teria um acampamento na frente de um quartel”, afirmou a senadora, em entrevista a Crusoé. “É preciso ouvir o Dutra [Gustavo Henrique Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto], o [General] Heleno, o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o Braga Netto.”

A relatora da CPMI acredita que os parlamentares que fazem parte do colegiado criaram uma narrativa de que a invasão às sedes dos poderes foi uma tentativa de autogolpe de Lula, após ser eleito presidente da República, mas que eles não conseguiram comprovar a tese ao longo dos trabalhos da comissão.

Não tem muita lógica do ponto de vista racional. Ao longo da CPMI dados foram apresentados. Veja que todos os depoimentos foram propostos por eles.  Do meio para o fim, eles [a oposição] nem ficam mais na sessão”, afirmou a senadora. “É uma oposição que não se debruça na leitura de um documento. Eles ficam de narrativa, fazem uso do TikTok, usam as redes sociais e ficam nisso […] para desviar o foco.”

Como mulher na posição de relatora, Eliziane tem experimentado ataques de “nível muito baixo e muito rasteiro” de seus pares da ala masculina da CPMI ao longo dos trabalhos da comissão. Há uma semana atrás, Eliziane e o deputado Marco Feliciano (PL-SP) protagonizaram uma troca de farpas motivada pela quebra de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Conforme apontado pela senadora, as investidas não entram no mérito do debate, são de cunho pessoal e partem de colegas que não “têm o menor respeito pela representação feminina”.

Somos colocadas como alguém que não deveria estar na função que estamos. Eu não vou me curvar a nenhuma tentativa de intimidação. Nunca me curvei na minha vida e não é agora que vou me curvar nessa comissão”, disse a senadora maranhense.

Segue a entrevista:

 

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  1. Censurado ... A senadora Gama corajosa contra adversários viu matérias com o Gen. Penteado que afirma que GDias omitiu de subordinados informações sobre as manifestações? Que tal uma acareação entre os dois? Ou bravatas só vale para intimidar adversários? Duvidê ó dó !!!

  2. Essa fulana é uma péssima brasileira que se alia ao Momo Dino para deturpar os trabalhos da CPMI com o objetivo de esconder a grande sujeira feita pelo desgoverno, impossibilitando de se descubra a realidade dos fatos.

  3. Nada contra duro mesmo é ter de ouvir a senhora Gramma bostejar asneiras e narrativas cínicas para tentar esconder o que todo mundo viu tão claro ... nunca imagens falaram tão alto mostrando o lixo político que o país se tornou ... vá tomar banho senhora !!!

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