Arthur Lira Rodrigo Pacheco cochichamArthur Lira Rodrigo Pacheco cochicham

Lira e Pacheco, o corajoso e o pragmático

Enquanto o senador mineiro se descolou de Bolsonaro, a lealdade do deputado alagoano ao ex-presidente se manteve por toda legislatura
27.01.23

Em 2021, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PDS-MG) contaram com o apoio irrestrito do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para comandar as casas do Congresso Nacional. Agora que disputam a reeleição, ambos têm no presidente Lula (PT) seu principal cabo eleitoral.

O motivo é óbvio: no presidencialismo de coalizão à brasileira, o fisiologismo é a única ideologia oficial. Na última legislatura, não foi diferente. Claro que alguns políticos são mais pragmáticos e outros mais corajosos.

Pacheco, por exemplo, viu o pêndulo do poder pesando para o lado do Supremo e logo se descolou de Bolsonaro e de seus arroubos antidemocráticos. Se resistiu inicialmente à instalação da CPI da Covid, depois passou a confrontar o ex-presidente publicamente, inclusive travando a votação de nomes indicados para órgão públicos e embaixadas.

Arthur Lira, o corajoso, segurou na mão de Bolsonaro até o fim e foi essencial para garantir o avanço de muitas pautas de interesse do Executivo e impedir o impeachment. Em troca, instaurou um sistema de força baseado na distribuição de emendas secretas. Cobrou alto por cada pedido do Planalto, mas firmou-se como um político de palavra (palavra de político).

Lira articulou a aprovação da PEC Emergencial (PEC 186/2019), transformada na Emenda Constitucional 109/2021. Matéria que viabilizou o pagamento do Auxílio Emergencial durante a pandemia de Covid, permitindo que R$ 44 bilhões ficassem fora do teto de gastos em 2021.

Claro que a proposta trouxe jabutis, como cortes de investimentos em saúde e educação – colocando em xeque a implementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), além de travar aumento salarial de servidores públicos.

Ainda apoiado em programas de transferência de renda, o governo Bolsonaro contou com Lira para aprovar a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021). A Emenda Constitucional 113/2021 liberou um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões no Orçamento de 2022, em tese, para o pagamento do Auxílio Brasil. Para isso, alterou as regras de cálculo do teto de gastos, permitiu o parcelamento de dívidas previdenciárias dos municípios e, ainda, o adiamento do prazo para que a União pague os precatórios – títulos de dívidas entre o governo federal e pessoas físicas e jurídicas.

Outra emenda constitucional encabeçada por Lira no parlamento foi a PEC das Bondades (PEC 1/2022) que disponibilizou ao governo federal R$ 41 bilhões para o pagamento de benefícios nas vésperas das eleições de 2022.

Além das alterações constitucionais, que tramitaram mais de 20 vezes no Congresso com Bolsonaro à frente do Executivo, Lira precisou articular as pautas liberais do ex-ministro da Economia Paulo Guedes. Apesar de não concluída a reforma tributária, promessa de Bolsonaro estendida para o novo mandato de Lula, o plenário da Casa aprovou a reforma do imposto de renda e dividendos (PL 2337/21). A atuação de Arthur Lira foi crucial para aprovar a matéria do Executivo, que sofria resistência de governadores e prefeitos.

O Congresso também aprovou a autonomia do Banco Central e liberou as empresas da obrigatoriedade de divulgarem balanços em jornais.

O deputado alagoano tampouco se esquivou da agenda de costumes do governo Bolsonaro. Além de trabalhar pela flexibilização do porte de armas, Lira entrou em campo para viabilizar a aprovação do homeschooling. Enquanto os deputados bolsonaristas almejavam um texto mais radical, o presidente da Câmara conseguiu negociar um meio-termo. A matéria, no entanto, ainda não foi chancelada no Senado.

Para obter o apoio de Lula, Lira e Pacheco garantem a mesma fidelidade às pautas do Planalto, um mais pragmático outro mais corajoso.

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  1. Esses dois representam com perfeição a política brasileira. Corruptos, fisiológicos, não tem o menor interesse no país. SÃO TODOS IGUAIS. O brasiu não tem futuro, nunca teve nem nunca terá. Será SEMPRE, uma republiqueta vagabunda e corrupta. Terra do “farinha pouca, meu pirão primeiro”

    1. Acho que é porque os assinantes não estão lendo mais. Ou será a debandada dos assinantes?

  2. 2 presidentes , cada um com seus defeitos: 1 é corrupto assumido e blindado, o outro é dissimulado de moderado, mas por trás é um frouxo com interesses particulares ($$$$$) a serem protegidos. Um ladr ão e outro bund ão

  3. Um país que tem LIRA, CAPAcheco, Lula e Morais empoderados e acumpliciados tenham a absoluta certeza de que felizes somos nós idosos que já podemos morrer pois em pouco tempo seremos o lixo da humanidade ... pobre povo brasileiro não por acaso seu único estadista foi Macunaíma.

  4. Todos..tudo..sempre igual...fisiologismo puro..quem dá mais??? São as putas da política..peço perdão as prostitutas que vendem o próprio corpo..eles enchem as burras às nossas custas..podres todos eles

    1. Não, na realidade são cafetões do prostíbulo que é o congresso nacional.

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