As pesquisas já começaram a mudar

21.10.22

Sem alarde, os institutos de pesquisa estão testando algumas novidades na maneira de fazer e divulgar seus levantamentos. A mais significativa, adotada pelo Ipespe e pela Quaest, tem a ver com a abstenção, um dos fatores que mais podem afastar o resultado de uma pesquisa do das urnas. Os cientistas políticos sabem que não adianta perguntar diretamente aos eleitores se eles vão comparecer ou faltar às urnas, pois quase todos sempre dizem que vão votar. Para contornar esse problema, eles têm usado perguntas sobre o interesse do eleitor no pleito, que ajudam a calcular as probabilidades de abstenção de maneira aproximada.

Outra diferença em relação ao primeiro turno é que a maioria dos institutos tem enfatizado que seus resultados dizem respeito ao total do eleitorado – mais uma vez, porque a abstenção altera o resultado final e não pode ser antecipada.

“Quem trabalha com números, com ciência, está sempre disposto a rever seus métodos e resultados. Ameaçar pesquisadores com prisão, como querem alguns políticos, não vai tornar os levantamentos eleitorais mais certeiros, vai apenas mergulhar o Brasil numa fase obscurantista”, diz o cientista político Antonio Lavareda. “Os métodos usados para medir a intenção de voto são os mesmos responsáveis pelo sucesso do capitalismo. Se fossem tão imprecisos ou falsificáveis, empresas do mundo todo, inclusive do Basil, não gastariam 100 bilhões de dólares por ano para medir, com essas ferramentas, a opinião dos consumidores sobre seus produtos.”

Foto: Adriano Machado/CrusoéFoto: Adriano Machado/CrusoéInstitutos buscam meios de medir a abstenção – aproximadamente

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
  1. E o Datafalha, hein? Ahhhh, está condenado ao ostracismo igual ao jornalzinho que ainda se acredita relevante. Entrando numa frias (com trocadilho) maior ainda…

  2. Esses institutos de pesquisa, em especialmente Datafolha e IPEC, são vergonhosos!! São incompetentes ou mal intencionados. Credibilidade zero.

  3. Acho a pesquisa do jeito que é feita deplorável! Não pode haver isenção quando se publica pesquisa de três em três dias! O sujeito acaba sendo manipulado, porque, inconscientemente, se deixa levar pela maioria! A pesquisa não reflete a realidade. Ela deturpa. Ela manipula. Ela leva o eleitor a votar em quem não quer. O melhor exemplo disso é a candidatura Ciro Gomes.

  4. Sou um dos que vão se abster de votar. Sou nem Bolsonaro, nem Lula, Nada de voto útil. O útil para mim é que o voto nulo e a abstenção fosse o vencedor destas eleições. Seria um sinal amarelo para uma reforma política. Votar no menos pior é admitir uma negação ao país.

    1. Não votar em ninguém quando temos 2 candidatos como esses é assumir como apropriada a vitória do “mais pior” e isso é admitir que estamos dispostos a a aturar o que não somos capazes de tolerar. Votar nulo em uma eleição como esta é negar qualquer senso de civilidade, é negar inclusive qualquer traço de patriotismo, pior, é ser estúpido o suficiente para não enxergar o pragmatismo da situação. Se não dá para votar com o coração, vai com o fígado mesmo e eu sou #antipt pq aprendi com a História.

    2. Ou seja, você é tosco (não quero usar palavras rudes como estúpido ou covarde) porque o fato de milhões deixarem de votar não farão Jesus Cristo assumir a presidência, vc apenas delegará a um desconhecido o poder de decidir sobre sua vida nos próximos 4 anos (e talvez a de seus descendentes nos próximos 40). Esta é mais uma eleição plebiscitária. Ahhhh, mas devo tomar cuidado porque o tal de Graieb (é isso?) pode achar que estou fazendo bullying contigo e mandar o Kojak de toga atrás de mim…

  5. Tudo bem, compreendo todos os aspectos técnicos da teoria estatística pois tenho profunda formação nesta área. O problema é que nada é garantido ou minimamente auditável e nunca será. Qualquer pesquisa pode ser séria e baseada em dados reais ou falsificada em 5 minutos! Nada garante, muito menos o mero registro no TSE. Este registro só permite a falsa impressão de uma "oficialidade", de uma qualidade que de forma alguma é garantida. Deveria este registro ser eliminado imediatamente!

  6. Muitos “empresários” sabem que seus produtos ou serviços são na verdade uma merda em termos de qualidade, competência e disponibilidade no mercado, por este motivo, instigam e ameaçam seus funcionários para votar naquele que melhor protege seus interesses. Prova de fraqueza! Espero que o gado (funcionários) sejam autênticos e se rebelem contra estes coronéis.

    1. concordo plenamente Luiz, e isso vale também com relação aos políticos que, no Brasil, só fazem merda, e os eleitores continuam votando neles!

    2. Muitos empresários sabem que seus produtos ou serviços são uma merda, mas continuam fazendo essas merdas porquê continuamos comprando essas merdas.

  7. Desde Dilma com 80% para o senado por MG e Rodrigo Pacheco eleito, ficou escancarada a falsidade dos números das pesquisas eleitoreiras (não são eleitorais…).

  8. Eu não torço por A ou por B nesse pleito. Meu voto iria sem pensar muito se Moro tivesse tido êxito na sua precipitada tentativa de dar certo. Como se atrapalhou todo, perdi o interesse pelo BR. Mas uma coisa é batata. A Globo, pra mim, é a empresa (so são isso mesmo) mais competente nessa bagaça. Basta assistir o JN pra saber que quem está na frente é exatamente o adversário de Lula, quando eles de repente deixam de divulgar o resultado da “pesquisa” FuraFôia, numa determinada noite. Lkkkkkk

  9. A pesquisa fornece uma margem de erro do resultado que, em tese, pode ser cientificamente comprovado. A verdade é que o datafolha, ipec e ipesp tem agido como orcrim. Não se pode esquecer que o ipec é o ex-ibope, uma marca de prestígio que se afundou exatamente por se vender. Veja-se hoje a manchete da folha/uol dizendo que bolsonaro tirou o leite das crianças. É ridículo e panfletário. Bolsonaro é um desacerto pontual. Lula.drão é sistêmico e vai gerar o caos.

  10. As pesquisas mostram a tendência. Cada instituto tem sua estratégia pra construir as perguntas e selecionar as pessoas. Mas que houve erros, houve!

  11. 55 anos de vida, nunca fui entrevistado para governador e presidente, somente para prefeitos. Ou seja mais de meio século, sem ver um pesquisador, então há uma falha gritante neste resultados de pesquisas.

    1. 220 milhões de brasileiros, as pesquisas são feitas no máximo com 5 mil. Faz as contas. Desacreditar as pesquisas com esse argumento não faz sentido algum

    2. Eu já fui entrevistada numa boca de urna pra presidente.

  12. Ao publicar a margem de erro da pesquisa, a empresa se compromete a acertar, e se sujeita a ser cientificamente testada. Falharam. E a pesquisa é sim indutora de votos. Se o TSE não julgou assim, erraram também.

  13. O último argumento não se sustenta, pesquisas de marketing não há por que ter um grande interesse em manipular, pesquisas eleitorais sim, porque influência o pleito. Em todo caso, acho que o problema é mais o método do que dolo propriamente dito.

  14. O ponto extremamente falho na tese desse articulista é que ele está supondo que as pesquisas não são manipuláveis. O método estatístico é muito confiável, se aplicado adequadamente. Mas ele não é imune à manipulação. Por alguns dos resultados extremamente falhos dessas últimas pesquisas, dá para considerar a possibilidade da formação de um cartel por esses institutos. Em benefício de Lula, claro.

  15. conversa...tem interesse sim. tem que criar mecanismos para não parcial que é o que estamos vendo. nada de censura como faz o TSE...absurdo. Isto é regime de exceção. tipo esquerda querendo o poder no Brasil

  16. A democracia brasileira falhou. Ontem foi seu velório, com um ministro do STF dizendo que a censura é inconstitucional mas vamos censurar por enquanto. RIP Brazil.

  17. As empresas de pesquisas estão sob achaque, o que pode explicar os resultados de agora. O que não quer dizer que serão confirmados nas urnas. Acho que haverá surpresa maior. Lula 13.

    1. Não é achaque, é dinheiro. Estão recebendo para favorecer A ou B. Lula compra um produto que é a pesquisa, Bolsonaro também. E o produto tem que agradar quem o compra. Simples assim. Entre um ladrão e um incompetente, fico com este. O Brasil não aguenta mais aquele.

  18. O argumento final do Lavareda é falho. Preferência sobre produtos de consumo não mexe com as pessoas do mesmo modo que uma eleição o faz. Mas, pelo menos, estão tendo que rever a metodologia. É preciso que haja um pouco de humildade. Mas, até agora, não vi ninguém dos grandes institutos pedindo desculpas à sociedade brasileira pelo péssimo produto entregue no primeiro turno. Acho que estou querendo muito, nesse caso...

    1. Uma empresa não contrata pela segunda vez um instituto de que erre em suas análises, como muitos dos atuais o fazem. É simplesmente eliminado dos seus fornecedores.

Mais notícias
Assine agora
TOPO