"Twitter Files" mostra que TSE também censurou a esquerda
Os jornalistas responsáveis pela revelação de emails dos advogados do Twitter — os "Twitter Files" — divulgaram na noite desta segunda, 22, mensagens mostrando que o Tribunal Superior Eleitoral, TSE, também tentou censurar contas de esquerda. "Embora a direita tenha sido perseguida com mais intensidade nos últimos anos, a esquerda também pode ser afetada por...
Os jornalistas responsáveis pela revelação de emails dos advogados do Twitter — os "Twitter Files" — divulgaram na noite desta segunda, 22, mensagens mostrando que o Tribunal Superior Eleitoral, TSE, também tentou censurar contas de esquerda.
"Embora a direita tenha sido perseguida com mais intensidade nos últimos anos, a esquerda também pode ser afetada por censura ou solicitação indevida de dados", escreveu o jornalista David Ágape no X, após trazer vários casos de supressão de conteúdo.
Em uma longa mensagem, Ágape traz dois casos de perfis de esquerda que foram alvo do TSE em plena campanha eleitoral para presidente. As duas contas estão, ainda hoje, retidas.
Em setembro de 2022, o TSE pediu a suspensão da conta @BolsoflixReal, ligada ao site Bolsoflix. Segundo mensagem dos advogados do Twitter, o perfil trazia "informações negativas relacionadas a Jair Bolsonaro".
"Uma vez que os anúncios eleitorais só podem ser veiculados a partir de sites baseados no Brasil e não podem ser feitos por empresas privadas, o site hospedado acima associado com uma empresa estrangeira é considerado ilegal", diz o email dos advogados do Twitter. Como a conta @BolsoflixReal estava associada ao site www.bolsoflix.com, então também estaria ilegal, segundo o tribunal. Uma multa diária de 10 mil reais foi estabelecida.
A mensagem dos advogados pondera que a Corte não indicou nenhum conteúdo específico que poderia ser irregular ou ilegal, e que teria baseado sua decisão a partir de publicações do site, e não do perfil. O Twitter respondeu que poderia remover conteúdos ilegais específicos, mas não apagar contas ou perfis inteiros.
O TSE também pediu a suspensão do perfil @verdadenarede, que estaria ligado ao ex-presidente Lula (ele venceria as eleições em seguida). O "juiz" entendeu que a conta aparentava ser uma agência de checagem sem ligação com Lula, o que seria desinformação.
O argumento usado pelo Twitter para não apagar a conta, de início, foi parecido: "Nós ressaltamos que podemos remover um conteúdo ilegal específico e que a apresentação da conta pode ser alterada pelo usuário se esse for o problema, mas que o perfil inteiro não deve ser removido".
Segundo os documentos, o TSE também solicitou, no início de 2022, informações sobre hashtags, aquelas palavras ou frases precedidas pelo símbolo do jogo da velha (#) e que indicam um assunto. Depois que uma pessoa cria uma hashtag, a palavra pode começar a viralizar e outras pessoas podem acompanhar tudo o que foi publicado com aquela expressão.
Entre as hashtags que entraram na mira do TSE estava #VotoImpressoNão, que foi publicada por vários perfis de esquerda, como as contas das deputadas federais Luíza Erundina, Tábata Amaral (foto) e Joenia Wapichana.
Outras pessoas de esquerda que também usaram a hashtag #VotoImpressoNao foram os influenciadores Lázaro Rosa e Fala Muka.
A conta anônima @jairmearrependi, de viés contra Bolsonaro, também publicou a hashtag contra o voto impresso no período de interesse do TSE.
Outro caso já conhecido de conta de esquerda afetada por decisões do Supremo Tribunal Federal e do TSE está o Partido da Causa Operária, o PCO. A sigla foi incluída no inquérito das fake news do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Leia também na Crusoé: STF erra feio em decisão contra PCO
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-04-23 11:22:31Só um idiota não viu que se tratou de estratégia para fingir isenção e sabe Zeus o que mais ... os manés de todos os matizes vitimados pelos poderes nada republicanos ainda não viram nada, o pior ainda está por vir.