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Equador recaptura líder de facção que desencadeou crise de segurança

22.04.24 18:01

A Polícia Nacional do Equador anunciou nesta segunda-feira, 22 de abril, que recapturou o narcotraficante Fabrício Colón Pico (foto), líder da facção Los Lobos, a segunda maior do país.

A fuga de Pico, em 9 de janeiro, contribuiu para desencadear a atual onda de violência que resultou na decretação de estado de conflito armado interno.

O narcotraficante foi recapturado em Puerto Quito, na província de Pichincha.

Ele cumpria pena de reclusão em presídio em Riobamba sob acusação de ter organizado um plano para assassinar a procuradora-geral do Equador, Diana Salazar.

Pico não foi o único líder de facção a fugir no início de janeiro. A onda de violência também foi desencadeada pela fuga de Adolfo Macías, líder da principal rival de Los Lobos e maior gangue do Equador, Los Choneros, em 7 de janeiro.

Tráfico de drogas

A proliferação de organizações criminosas no Equador se explica porque o país fica geograficamente espremido entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtores mundiais de cocaína. À medida que a Colômbia intensificou o  combate aos narcotraficantes, ainda nos anos 1990, esses grupos passaram a usar o Equador e a Venezuela como rota de tráfico. No caso venezuelano, o regime chavista acolheu o narcotráfico por interesses econômicos, como meio de contornar as sanções americanas, e por afinidade ideológica às guerrilhas, em especial as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc, intimamente ligada à rota da droga.

O que tornou o Equador atrativo para a rota do tráfico, além da posição geográfica e da economia dolarizada, é a fragilidade do Estado. Com muito dinheiro nas mãos, os narcotraficantes corromperam promotores, juízes, policiais e carcereiros. É isso o que explica a fuga de Fito da cadeia, no domingo. Eles também entraram na política financiando campanhas eleitorais. Documentos encontrados em um acampamento das Farc já mostraram doações dos guerrilheiros colombianos à campanha do bolivariano Rafael Correa, em 2006. Atualmente, o ex-presidente vive exilado na Bélgica, para escapar de uma acusação de corrupção em seu país.

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