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Quem apoia o fechamento do Congresso no Peru: esquerda e Forças Armadas

01.10.19 11:57

O presidente do Peru, Martín Vizcarra (foto), dissolveu o Congresso nessa segunda-feira, 30, e convocou eleições antecipadas.

“Vizcarra entrou em um ciclo de confrontação com o Legislativo que subiu ao seu nível máximo. A raiz do problema é ideológica. Vizcarra é um populista de centro, mas que é próximo da elite de esquerda, das ONGs e dos intelectuais. A oposição a ele é conservadora, e inclui os fujimoristas”, diz o cientista político peruano Carlos Meléndez, professor da Universidade Diego Portales, no Chile.

No Peru, a esquerda tem sido muito avessa ao Legislativo, dominado por setores ligados ao ex-ditador Alberto Fujimori. Por isso, tem sido a favor do fechamento do Congresso, mas isso não quer dizer que a esquerda necessariamente esteja com Vizcarra. “A esquerda tem seus próprios candidatos e o presidente não está entre seus favoritos”, diz Meléndez.

Como a maior parte da opinião pública não gosta do Congresso (70% apoia o adiantamento das eleições), isso acabou dando legitimidade aos grupos de esquerda.

Quem também tem dado apoio a Vizcarra são as Forças Armadas e as unidades policiais. Na noite da segunda-feira, representantes das duas entidades se reuniram com o presidente para dar “total respaldo à ordem constitucional e ao presidente”.

A história, assim, deu uma volta em si mesma. Em 1992, Fujimori dissolveu o Congresso com a ajuda das Forças Armadas. Agora, os fujimoristas estão na oposição ao presidente, detêm maioria no Congresso e foram os mais afetados pelo fechamento da Casa.

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