O viés político das caravanas hondurenhas
Três dias antes da posse do democrata Joe Biden como presidente dos EUA, uma caravana de migrantes oriunda de Honduras foi contida com violência por guardas da Guatemala (foto). Seus integrantes pretendiam entrar nos Estados Unidos, mas tiveram seus planos frustrados: nem sequer chegaram a pisar no México. As forças policiais guatemaltecas enviaram os migrantes,...
Três dias antes da posse do democrata Joe Biden como presidente dos EUA, uma caravana de migrantes oriunda de Honduras foi contida com violência por guardas da Guatemala (foto). Seus integrantes pretendiam entrar nos Estados Unidos, mas tiveram seus planos frustrados: nem sequer chegaram a pisar no México. As forças policiais guatemaltecas enviaram os migrantes, principalmente homens jovens, de volta para Honduras em caminhões e ônibus.
Nesta sexta-feira, 22, um novo grupo de migrantes saiu da cidade hondurenha de San Pedro Sula, uma das mais violentas do mundo, ao norte do país, com destino Tegucigalpa, a capital. O evento foi batizado de "Grande Caravana da Vitória Final — ou o tiramos ou emigramos". Seus organizadores pedem a renúncia do presidente Juan Orlando Hernández. Do contrário, falam em deixar o país.
"Essas caravanas sempre tiveram um viés político. Elas são organizadas pelo Partido Livre, que é vinculado à Venezuela e faz oposição ao presidente", diz o cientista político Edgardo Rodriguez, da Universidade Nacional Autônoma de Honduras. "Ao criar esses eventos com milhares de pessoas, eles querem afetar a imagem de Hernández."
O presidente Hernández, que sempre enfrentou muita resistência na esquerda, ainda está tendo de lidar com as consequências da pandemia e de dois furacões recentes. Para piorar, promotores de Nova York o acusam de receber propina de traficantes de drogas em troca de proteção para enviar cocaína aos Estados Unidos.
Além da questão política, as caravanas também contam com apoio dos "coiotes", os traficantes de pessoas que cobram de 8 mil dólares a 10 mil dólares para ajudar migrantes a atravessar a fronteira para os Estados Unidos. Com apoio desses grupos de criminosos, os migrantes contam com uma certa infraestrutura que inclui ajuda no transporte e alimentação em alguns pontos do trajeto. "Há uma simbiose entre os organizadores, os membros do Partido Livre e os coiotes", diz Rodríguez. "A angústia das pessoas em situação de pobreza está sendo manipulada por essas pessoas com muitos recursos."
Em fevereiro de 2019, Crusoé noticiou que aviões da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, levaram 200 mil dólares para financiar as caravanas na América Central.
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Comentários (1)
PAULO
2021-01-24 18:51:30Quero deixar uma coisa bem clara para o petismo e a esquerda hipócrita. Bolsonaro é um mal para o Brasil. Podem ir para as ruas, protestar pacificamente, pois isso faz parte do jogo democrático. Eu fui ativo para tirar o PT. Infelizmente o efeito colateral foi eleger o Bolsonaro. Que convenhamos, não era para estar na situação que se colocou. Está nessa situação de ninguém aguentar olhar a sua cara, por ser um louco. Por ter filhos loucos e um pelo menos ser corrupto.