O perverso sequestro de corpos pelo Hamas

O kibutz Be’eri, ao sul de Israel, anunciou nesta quinta, 2, que seu morador Dror Or (foto), um chef de cozinha e queijeiro, foi morto no ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro do ano passado. O comunicado, sete meses depois do falecimento, expõe uma das táticas mais abomináveis do Hamas: o sequestro de cadáveres.

Durante o ataque, a família Or se escondeu em um bunker, mas teve de sair porque os terroristas incendiaram toda a casa. Um vizinho viu os terroristas levando alguns membros da família.

No início, acreditou-se que Dror Or, de 49 anos, tinha sido levado vivo com seus filhos Noam, de 17 anos, e Alma, de 13, para a Faixa de Gaza. Um terceiro filho de Dror, de 18 anos, estava ao norte de Israel e foi poupado. O pai, assim, foi contado como sendo um dos reféns levados pelos terroristas. Sua esposa, Yonat, foi morta na invasão.

Os adolescentes Noam e Alma foram libertados no dia 25 de novembro, após uma negociação com participação do Catar e dos Emirados Árabes Unidos. Mas ainda se acreditava que o pai deles voltaria para Israel.

“A comunidade Be’eri sempre manteve a esperança de que Dror retornaria vivo do cativeiro para seus filhos, pais, irmão e irmã. Cada dia que passa mata nossos amigos, nossas famílias. Devemos fazer tudo para que todos os reféns voltem para suas famílias, estamos ficando sem ar“, disse o comunicado do kibutz desta quinta.

Técnica frequente

Ao invadir Israel, os integrantes dos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica tinham como um dos seus principais objetivos o de levar reféns para a Faixa de Gaza.

Uma pequena lista com frases em árabe e em hebraico foi feita para ajudar os terroristas a se comunicar com seus cativos.

Alguns estavam em busca de mulheres e queriam levá-las para casa. Em telefonemas grampeados, eles se referiram a elas como “cavalos nobres“.

Mas entre os objetivos dos terroristas também estava o de levar corpos para a Faixa de Gaza. Os cadáveres de ao menos quatro soldados israelenses foram carregados para o território palestino no dia da invasão.

Motivos perversos

Os terroristas fazem isso porque, em negociações passadas, Israel aceitou a troca de corpos de israelenses pela libertação de prisioneiros palestinos.

Eles se aproveitam do fato de que, no judaísmo, há uma valorização dos corpos das pessoas mortas, os quais devem ser enterrados o antes possível.

Com essa tática, também usada pelo grupo libanês Hezbollah, os terroristas também conseguem espalhar muita dor e angústia entre os parentes dos sequestrados, que não têm certeza se seus parentes estão vivos e nutrem a esperança de revê-los um dia.