O fator econômico que explica a resistência da Europa Central e Oriental à agenda verde
Cerca de 2 mil funcionários da mina de carvão de Turow, na Polônia, fizeram um protesto em frente à Corte da União Europeia, em Luxemburgo. O ato foi para criticar a sentença que ordenou o fechamento da mina. "Tirem as mãos de Turow", pediam os cartazes (foto). A manifestação, ocorrida no final desta semana, demonstra...
Cerca de 2 mil funcionários da mina de carvão de Turow, na Polônia, fizeram um protesto em frente à Corte da União Europeia, em Luxemburgo. O ato foi para criticar a sentença que ordenou o fechamento da mina. "Tirem as mãos de Turow", pediam os cartazes (foto).
A manifestação, ocorrida no final desta semana, demonstra um mal-estar crescente entre vários países da Europa Central e Oriental com o bloco europeu. Apesar de os atritos entre as nações ex-soviéticas e a União Europeia normalmente guardarem relação com o funcionamento da democracia e com as pautas de costumes, como respeito à comunidade LGBT, aborto e controle da imprensa, agora há um pano de fundo econômico. As populações desses países têm rejeitado a agenda ecológica ocidental por temer perder seus empregos.
A Polônia e a Eslováquia, por exemplo, possuem muitas minas de carvão. O minério é usado para abastecer usinas termelétricas, que fornecem energia para indústrias. Com isso, nos últimos anos, muitas empresas se mudaram para esses países em busca de mão de obra e energia mais baratas.
Contudo, a aplicação de uma legislação ambiental mais dura destinada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa está obrigando muitas dessas minas a fecharem as portas.
"Até mesmo partidos de esquerda, que normalmente não são contra a União Europeia, estão começando a reclamar das políticas ambientais do bloco. Eles sabem que isso pode afetar os empregos de muitos trabalhadores industriais, que são sua base de apoio", diz Carlo Cauti, professor de Relações Internacionais do Ibmec.
Na pesquisa de opinião World Risk Report, é possível constatar que a questão ambiental é bem menos importante entre os habitantes da Europa Central e Oriental. Somente 47% deles afirmam que as mudanças climáticas são um problema muito sério. Esse índice sobe para 73% entre os europeus do sul.
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Comentários (6)
Rogerio
2021-10-25 06:08:31se proibirem a fabricação de iPhone com energia fóssil imaginem quanto seria benéfico ao planeta. vamos deixar de hipocrisia, ecologia só funcionaria se a regra valer para todos. Fecho a mina mas a fábrica de iPhone muda de país e continua usando carvão na cadeia produtiva, na China.
Francisc
2021-10-24 14:14:30Com todos os desmandos, irresponsabilidades, o Brasil ainda tem 55% de reservas florestais intactas. Europa: 10%; EUA 10%. Porque temos que preservar para eles? Ficam ricos destruindo e nós, preservando para esses hipócritas.
MARCIO
2021-10-24 13:45:48Em partes estão certos mesmo, tomara que o bloco se desintegre de vez, será um grande progresso ao mundo e a própria Europa
PAULO
2021-10-23 21:32:05Qdo chamo a atenção dos estúpidos bolsonaristas p/ abrirem os olhos, reconhecendo os desafios da sociedade contemporânea, esse alerta é por questões como essa. Como descontinuar atividades q prejudicam o Meio Ambiente, realocando os trabalhadores p/ outras áreas? Aqui no Brasil, tendo um imbecil como presidente, um inútil como ministro da economia, um PASTOR na educação, um capacho no mistério do trabalho e um sem vergonha a frente da ciência e tecnologia... estamos engatinhando ainda. Mor🇧🇷
Francisc
2021-10-23 19:15:27Digo, o Brasil não vai pagar essa conta, porque não deve.
Francisc
2021-10-23 19:09:38Bandidos , assassinos europeus destruíram tudo, agora querem que o Brasil pague a conta. NUNCA AITA TEMOS O DROBRO DE HECTARES PRA PLATAR E COLHER. E ARMAS PRA LUTAR. o Brasil pague a conta